Bateria de papel pode substituir lítio? Startup diz que sim!

Empresa recebeu aporte de US$ 2 milhões em financiamento inicial para desenvolver projeto piloto e testar desempenho real
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 26/02/2025 16h52, atualizada em 27/02/2025 04h45
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Custo de produção é custo 1,8 vezes menor do que aquelas produzidas com íons de lítio (Imagem: Flit/Divulgação)
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Uma startup de Cingapura criou uma bateria de papel totalmente sustentável que pode armazenar 226 W/kg — o que a torna uma alternativa ao lítio, usado em veículos elétricos e redes de armazenamento de energia.

A Flint usa celulose como base para a bateria, um material vegetal que funciona como um meio de transferência de íons entre o ânodo e o cátodo. A empresa substitui cobalto e lítio por metais menos impactantes ao meio ambiente, ​​como zinco e manganês.

O produto é à prova de explosão, vazamento e imune a riscos de combustão, garantindo riscos de incêndio quase nulos, mesmo em condições extremas, segundo a startup. Além disso, foi projetado para manter a funcionalidade mesmo quando perfurado ou dobrado.

Bateria substitui cobalto e lítio por zinco e manganês (Imagem: Flit/Divulgação)

A empresa ainda garante que o ciclo de vida da bateria de papel é comparável às tecnologias de bateria tradicionais. E promete um custo 1,8x menor do que aquelas produzidas com íons de lítio.

“Cada componente é reciclável, e sua química compostável significa que ele se decompõe naturalmente sem deixar resíduos prejudiciais, garantindo que seja tão ecologicamente correto no final de seu ciclo de vida quanto durante o uso”, afirma o site.

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Aplicação na vida real

No fim do ano passado, a startup recebeu um aporte de US$ 2 milhões em financiamento inicial em uma rodada liderada por um consórcio global de investidores anjos para a produção piloto e o desenvolvimento de propriedade intelectual.

“Um menor custo de produção está no cerne da criação de demanda, escalando rapidamente e aumentando as taxas de adoção, ao mesmo tempo em que garante a lucratividade”, disse o Sr. Jeremy Wee, Cofundador da Flint. “Não estamos mais confinados ao laboratório — nossos pilotos comerciais já estão demonstrando o impacto tangível de nossas inovações em aplicações do mundo real.”

Material é à prova de explosão e pode ser dobrado (Imagem: Flit/Divulgação)

A Flint diz que já atraiu o interesse de mais de 20 empresas em vários setores, incluindo defesa e segurança; sistemas de armazenamento de energia; fonte de alimentação crítica; eletrônicos de consumo; aplicações espaciais; veículos elétricos.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.