Chips quânticos que confundem até IA serão fabricados em massa

Empresa estadunidense PsiQuantum criou novo método para tecnologia que pode revolucionar solução de problemas complexos
Por Bruna Barone, editado por Rodrigo Mozelli 27/02/2025 02h30
Pessoa segurando objeto circular colorido
Fabricação dos chips começa neste ano na Austrália e nos EUA (Imagem: Divulgação/PsiQuantum)
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A empresa estadunidense de computação quântica PsiQuantum revelou, nesta quarta-feira (26), método que possibilita a fabricação de chips quânticos em massa. Esse tipo de tecnologia pode resolver problemas complexos mais rapidamente do que computadores tradicionais — confundindo, até mesmo, modelos elaborados de inteligência artificial (IA).

Os cientistas vêm estudando, há anos, a aplicação de conceitos de fotônica, usada na produção de semicondutores, no desenvolvimento de materiais quânticos. O resultado foi o chipset Omega, criado para fins comerciais após passar por testes em laboratório da GlobalFoundries, em Nova York (EUA).

O chipset contém todos os componentes avançados necessários para construir computadores quânticos em escala de milhões de qubits e cumprir a promessa de mudança profunda do mundo dessa tecnologia”, diz o comunicado da empresa.

Empresa criou novo sistema de resfriamento para computador quântico (Imagem: Divulgação/PsiQuantum)

A PsiQuantum iniciará a produção em massa dos chips ainda este ano nos chamados Quantum Compute Centers construídos em Brisbane (Austrália), e Chicago (EUA). As fábricas têm o mesmo tamanho de um data center.

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Como funciona a tecnologia dos chips quânticos?

  • O método é baseado no uso de fótons únicos — partículas de luz — que são, então, manipuladas usando tecnologia de chip fotônico de silício desenvolvida, originalmente, para aplicações de rede de telecomunicações e data center;
  • Para aplicações quânticas, a empresa teve que introduzir um material supercondutor usado para detecção de fóton único altamente eficiente e Titanato de Bário (BTO, na sigla em inglês), material avançado para computação óptica de alta velocidade e baixa perda;
  • Na prática, a instalação usa fótons como bits quânticos ou qubits que codificam informações, em vez de átomos, íons ou pequenos circuitos de metal supercondutor, como explica este artigo da revista Science;
  • Além disso, a empresa criou sistema de resfriamento totalmente novo e específico para computadores quânticos, que elimina a necessidade de refrigerador de diluição, tornando o design mais simples e menos trabalhoso de ser fabricado.

Agora, a PsiQuantum trabalha para conectar os chips em sistemas cada vez maiores, os chamados racks, em parceria com o Departamento de Energia do Acelerador Linear de Stanford em Palo Alto, na Califórnia (EUA).

Tecnologia quântica pode resolver problemas complexos mais rapidamente (Imagem: Divulgação/PsiQuantum)
Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.