Calor extremo pode acelerar o envelhecimento do nosso corpo, diz estudo

Pesquisa indica que a exposição prolongada ao calor intenso pode envelhecer o corpo humano mais rapidamente
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 27/02/2025 16h58
Homem de chapéu colocando a mão na testa e com cara de cansaço
Imagem: Rainer Fuhrmann/Shutterstock
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Pesquisadores da University of Southern California conduziram um estudo sobre os efeitos do calor extremo no envelhecimento humano, focando como a exposição prolongada a altas temperaturas acelera o envelhecimento biológico, afetando a epigenética.

A pesquisa, publicada na revista Science Advances e que envolveu quase 3.700 pessoas com idade média de 68 anos, descobriu que, quanto mais dias de calor intenso uma pessoa enfrentava, mais rápido seu corpo envelhecia.

Em indivíduos mais velhos, a exposição ao calor extremo acelerou o envelhecimento biológico em até 2,48 anos ao longo de seis anos.

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Mais descobertas do estudo

  • O calor excessivo estressa o corpo e altera a metilação do DNA, um processo epigenético que regula quais genes são ativados ou desativados, influenciando a produção de proteínas e afetando funções fisiológicas.
  • Os pesquisadores usaram três diferentes “relógios biológicos” para medir a idade biológica e constatou-se que, com a exposição ao calor, os corpos envelheciam mais rapidamente do que o normal, com a diferença de até 2,48 anos mais rápido, dependendo do tipo de relógio biológico utilizado.
  • Esse efeito foi mais pronunciado em pessoas idosas, que têm mais dificuldade em regular a temperatura corporal.

Esses achados são alarmantes, pois com as ondas de calor se tornando mais frequentes devido às mudanças climáticas, as pessoas, especialmente os idosos, podem enfrentar sérios problemas de saúde relacionados ao calor, como o aumento da incidência de doenças e morte precoce.

Além disso, a pesquisa destacou a escassez de estudos sobre como o calor impacta a epigenética humana, e a necessidade urgente de mais investigações para entender melhor como nossos corpos respondem a esses estresses ambientais e se é possível desenvolver estratégias para mitigar esses efeitos.

Estudo envolveu pessoas com média de idade em 68 anos, e descobriu que o corpo envelheceu mais rápido ao ser exposto ao calor intenso – Imagem: fizkes/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.