Praia de SP ficou com o mar azul fluorescente; entenda o fenômeno

Este raro fenômeno, conhecido como bioluminescência, é causado por algas unicelulares que brilham devido a uma reação química
Alessandro Di Lorenzo10/03/2025 11h00
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Imagem: reprodução/Leonardo da Costa Dantas
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Um fenômeno intrigante chamou a atenção das pessoas que estiveram na Praia de Itamambuca, em Ubatuba, litoral de São Paulo. Imagens mostram as ondas do mar brilhando em um tom azul fluorescente.

O caso foi registrado na noite desta sexta-feira (7). De acordo com especialistas, este raro fenômeno, conhecido como bioluminescência, é causado por algas unicelulares que brilham devido a uma reação química.

O que explica o brilho no mar?

  • As imagens foram feitas pelo influenciador digital Leonardo da Costa Dantas.
  • Em entrevista ao G1, ele contou que já tinha visto o fenômeno antes, mas nunca com tamanha intensidade.
  • O biólogo José Ataliba explica que esse efeito acontece especialmente no verão, quando o aumento da temperatura da água e a maior concentração de nutrientes estimulam a proliferação das algas Noctiluca scintillans.
  • Estes organismos possuem um pigmento chamado luciferina, que brilha ao entrar em contato com o oxigênio.
Fenômeno foi registrado em praia de Ubatuba, no litoral de SP (Imagem: Bruno Amir Imagens/Shutterstock)

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Fenômeno pode ter relação com a poluição

É possível que o fenômeno esteja relacionado à presença de nitrogênio na água. O elemento pode vir de esgotos e dejetos de animais. O oceanógrafo Hugo Gallo reforça que esse fenômeno não tem regra específica para acontecer. Segundo ele, uma série de fatores precisam se alinhar para que ele ocorra.

Quando o fenômeno acontece em áreas rasas, qualquer movimento da água pode “ativar” esse brilho. Então, quando uma onda se forma ou um barco cruza o mar, a bioluminescência se intensifica, deixando um rastro cintilante no mar.

Mar de Ubatuba apresentou coloração diferenciada e brilhante (Imagem: reprodução/Leonardo da Costa Dantas)

Se você entrar na água e mexer as mãos, vai parecer o pozinho de pirlimpimpim. É como se fosse um iogurte. Em um determinado momento, as bactérias se multiplicam tanto que transformam naquele produto lácteo. Aqui, temos uma ‘fermentação’ de microalgas.

Hugo Gallo, oceanógrafo
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.