O projeto que escaneia os olhos das pessoas cofundado por Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT, enfrenta mais um problema. Nos últimos meses, foram diversas polêmicas e até interrupções do serviço em alguns países, entre eles o Brasil.
Agora, a má notícia tem relação com a WLD, a criptomoeda usada como pagamento para quem aceita se submeter ao escaneamento da íris. O valor do criptoativo simplesmente despencou nas últimas semanas, diminuindo a recompensa para os participantes da iniciativa.
World enfrenta maré de notícias negativas
Em 13 de novembro do ano passado, quando os registros da íris começaram no Brasil, a WLD valia R$ 13, segundo o CoinMarketCap, plataforma que monitora o mercado de criptomoedas. Em dezembro de 2024, ele chegou a quase R$ 24, mas, até a última última sexta-feira (7), o valor tinha caído para a faixa dos R$ 5.
Segundo analistas ouvidos pelo G1, a queda pode ser explicada pelos reveses do ponto de vista jurídico do projeto. No mês passado, por exemplo, os cadastros foram suspensos em São Paulo após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados vetar os pagamentos para novos usuários, alegando que a prática poderia influenciar na decisão das pessoas de participarem da iniciativa.

Além disso, há desconfianças com a economia dos Estados Unidos. Apesar de Donald Trump ser um entusiasta do setor, o mercado cripto tem registrado uma queda expressiva nos últimos dias, o que também afeta a cotação da WLD.
Recentemente, houve grandes quedas pelo risco de a inflação americana aumentar e pela guerra de tarifas. Sempre que há essas incertezas, os investidores saem dos ativos de risco, o que inclui as criptomoedas, e vão para ativos menos voláteis.
Ricardo Dantas, CEO da corretora Foxbit
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Um projeto polêmico
- Inicialmente fundada com o nome de Worldcoin, a iniciativa foi lançada em julho do ano passado e realiza o escaneamento da íris de pessoas em troca de uma recompensa em WLD, a criptomoeda do projeto.
- Segundo a própria World, o objetivo é “ajudar a distinguir interações humanas reais e interações baseadas em IA, aumentar o acesso à economia digital global e a proteger a privacidade online”.
- O sistema também permitiria, entre outras coisas, que os usuários provem online que são humanos, principalmente em um mundo futuro dominado pela inteligência artificial.
- No entanto, o projeto está sendo alvo de investigações em diversos países do mundo.
- A principal preocupação é que ele não esteja respeitando as “medidas de segurança adotadas no âmbito da proteção da privacidade dos usuários”.
- Autoridades do Reino Unido, da Alemanha, da França, de Portugal e da Espanha chegaram a investigar a forma como a startup obtém, armazena e processa os dados biométricos obtidos.
- Já no Quênia, o governo do país africano ordenou o fim da coleta de dados da World.
- O projeto de Sam Altman garante que não há nenhuma irregularidade e que pretende retomar as operações em breve.