Após o acidente aéreo em Vinhedo, São Paulo, que matou 62 pessoas em agosto do ano passado, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) passou a fiscalizar mais de perto as operações da companhia aérea Voepass. Agora, o órgão determinou a suspensão dos voos da empresa.
A decisão passa a valer a partir desta terça-feira (11) e tem como justificativa a falta de segurança nas atividades da companhia. A operação inclui 15 localidades com voos comerciais e duas com contratos de fretamento.
Suspensão da Voepass pode ser revertida
Em comunicado, a Anac destacou que a suspensão é em caráter cautelar e vai vigorar até que a Voepass “comprove a correção de não conformidades relacionadas ao sistema de gestão previstas em regulamentos”.
A agência afirmou que a companhia aérea foi incapaz de “solucionar irregularidades identificadas no curso da supervisão realizada pelo órgão, bem como da violação das condicionantes estabelecidas anteriormente para a continuidade da operação dentro dos padrões de segurança exigidos”.

Os passageiros afetados pelo cancelamento de voos devem procurem a empresa ou a agência de viagem responsável pela venda da passagem para conseguir o reembolso ou reacomodação em outras companhias aéreas.
A Voepass, formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da Anac até agora.
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Irregularidades nas operações geravam riscos
- Após o acidente em Vinhedo, servidores da Anac estiveram nas bases de operação e manutenção da Voepass para verificar as condições necessárias para garantir nível adequado de segurança nas operações aéreas.
- Ainda em outubro de 2024, foram exigidas “medidas como redução da malha, aumento do tempo de solo das aeronaves com vistas à manutenção, troca de administradores e execução do plano de ações para as correções das irregularidades”.
- No entanto, segundo a agência, no fim do mês passado uma nova rodada de auditorias identificou a “degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela agência”.
- Além disso, foi constatada a reincidência de irregularidades apontadas e consideradas sanadas pela agência nas ações de vigilância e fiscalização anteriores e a falta de efetividade do plano de ações corretivas.