Homem com paralisia move braço robótico pelo pensamento

Conhecido como interface cérebro-computador, dispositivo se baseia em modelo de IA que aprende movimentos a partir da repetição
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 11/03/2025 12h25, atualizada em 12/03/2025 21h02
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Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, EUA, desenvolveram um braço robótico que pode ser controlado através de sinais emitidos pelo cérebro para um computador. O experimento foi realizado com um homem paralisado que conseguiu agarrar, mover e soltar objetos apenas imaginando-se realizando essas ações.

O dispositivo marca um recorde no mundo da robótica por ter funcionado em um período de sete meses sem precisar de ajustes. Até então, equipamentos do tipo só tinham operado por um ou dois dias, de acordo com o artigo publicado na revista científica Cell.

Conhecido como interface cérebro-computador (BCI), o braço robótico se baseia em um modelo de IA que aprende determinados movimentos a partir da repetição — e isso também vale para ações imaginadas.

Pesquisadores vão testar braço robótico no ambiente doméstico (Imagem: UCSF/Divulgação)

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Como foi feito o experimento?

Os pesquisadores implantaram sensores na superfície do cérebro de um homem que ficou paralisado por consequências de um derrame. Toda a atividade cerebral foi captada quando ele imaginava se mover em uma tentativa de criar padrões cerebrais.

O BCI, então, registrou as representações desses movimentos e os dados foram usados para treinar o modelo de IA por duas semanas. Após vários testes, o homem conseguiu que o braço virtual fizesse o que ele queria que fizesse.

Representação da interface cérebro-computador (Imagem: UCSF/Divulgação)

O dispositivo consegue pegar blocos, girá-los e movê-los para novos locais. Ele pode até mesmo abrir um armário, tirar um copo e segurá-lo em frente a um filtro de água — o que seria uma mudança de vida para pessoas com paralisia.

Agora, a equipe está refinando os modelos de IA para fazer o braço robótico se mover mais rápido e suavemente. Também há a expectativa de testar o BCI em um ambiente doméstico para, quem sabe, torná-lo acessível na vida real.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.