Os casos de obesidade podem ser explicados por dois fatores. Os genes são responsáveis por 40% a 70% do problema, enquanto o restante está relacionado ao modo de vida adotado por cada pessoa, como alimentação e prática de exercício.
E agora, segundo um novo estudo, algo parecido acontece com os cães labradores.
Domesticação dos cães pode explicar compartilhamento dos genes
- No trabalho, a equipe de cientistas identificou cada um dos cinco principais genes que aumentam o risco de ganho de peso em humanos também em cachorros da raça.
- Isso, no entanto, não é algo surpreendente.
- Tanto os cães quanto os humanos evoluíram para lidar com ciclos de excesso de comida e fome.
- Por isso, ambos têm mecanismos cerebrais que impulsionam a fome e a saciedade para garantir que a ingestão de alimentos atenda às nossas necessidades diárias de energia.
- E embora muitas vezes pensemos na gordura como um problema, ela serve como uma reserva de energia para recorrer em tempos em que a comida é escassa.
- Ainda segundo o estudo, a domesticação dos animais acabou interferindo na função destes genes.

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Efeito importante no peso dos animais
De acordo com artigo publicado por Eleanor Raffan, professora da Universidade de Cambridge, no portal The Conversation, os resultados da pesquisa indicam que os genes têm um grande efeito no peso corporal dos cachorros.
Isso é resultado da ação do principal gene de obesidade, o DENND1B. Os cães que carregam a versão problemática desse gene apresentaram cerca de 8% mais gordura corporal. Acontece que ele tem um papel na regulação do peso corporal pelo cérebro, para cães e humanos.

Este gene atua no cérebro ativando “receptores de melanocortina” para reduzir a fome e aumentar o uso de energia. O sistema impulsiona a ingestão de alimentos em tempos de fome e a reduz quando o corpo tem boas reservas de energia.
Cada um dos cinco principais genes que aumentaram o risco de ganho de peso em labradores também foram implicados na obesidade humana. Esse cruzamento não é surpreendente; tanto cães quanto humanos evoluíram para lidar com ciclos de excesso de comida e fome. Ambos têm mecanismos cerebrais que impulsionam a fome e a saciedade para garantir que a ingestão de alimentos atenda às nossas necessidades diárias de energia.
Eleanor Raffan