Com que idade o nosso cérebro começa a se degradar? Estudo responde

Pesquisadores descobriram um período em que o cérebro passa por um processo de estresse metabólico significativo
Alessandro Di Lorenzo12/03/2025 10h45
cerebro
Imagem: mi_viri/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O envelhecimento do cérebro contribui para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Por isso, diversos cientistas tentam entender exatamente quando a capacidade cerebral começa a ser reduzida.

Agora, um estudo realizado pela Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, apresentou uma resposta para esta questão. Os pesquisadores revelaram um período em que o cérebro passa por um estresse metabólico significativo.

Resistência neuronal à insulina é a principal causa do declínio

  • O trabalho analisou mais de 19.300 pacientes e descobriu que o envelhecimento cerebral segue uma trajetória não linear.
  • Os primeiros sinais de degeneração aparecem por volta dos 44 anos, com uma aceleração significativa aos 67 anos e estabilizando-se na faixa dos 90.
  • Segundo a equipe, a resistência neuronal à insulina é o principal fator desse declínio.
  • As descobertas podem ajudar a criar novas formas de retardar o envelhecimento cerebral.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista PNAS.
Cérebro vai enfraquecendo com o passar dos anos (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

Leia mais

É possível retardar o envelhecimento do cérebro?

Durante a pesquisa, os cientistas ainda testaram formas de reduzir o declínio cerebral. Um experimento com 101 participantes demonstrou que a administração de suplementos criados com moléculas produzidas pelo fígado como fonte alternativa de energia para os neurônios estabilizou a degradação cerebral. Os maiores efeitos foram observados entre os 40 e 59 anos.

Os pesquisadores sugerem que intervenções metabólicas, como dietas cetogênicas ou suplementos de cetona, podem ser eficazes na preservação da função cerebral se iniciadas precocemente. Na meia-idade, os neurônios sofrem estresse metabólico, mas ainda estão vivos.

Cérebro se desfazendo devido à demência
Descoberta pode ajudar no combate contra a demência (Imagem: Naeblys/Shutterstock)

Por isso, a equipe defende que a identificação precoce da resistência à insulina no cérebro, combinada com intervenções específicas, pode representar um grande avanço. Em outras palavras, esta pode ser uma importante descoberta para prevenir casos de demência.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.