OMS: corte de recursos dos EUA pode causar crise global de Aids

OMS fez apelo para que o governo dos EUA retome o financiamento de programas de combate ao vírus HIV no mundo
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 12/03/2025 16h47
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Imagem: Jarun Ontakrai/Shutterstock
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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de encerrar diversos contratos de financiamento podem ter reflexos globais. Um deles é a interrupção de programas de combate ao vírus HIV.

Estas iniciativas beneficiam milhões de pessoas em países de baixa e média renda, inclusive o Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fim destes recursos pode fazer com que a AIDS se torne uma ameaça global.

Vida de mais de 30 milhões de pessoas pode estar em risco

  • Segundo a OMS, o corte afeta diretamente iniciativas como o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS.
  • Isso colocaria em risco a vida de mais de 30 milhões de pessoas ao redor do mundo que dependem desses programas para acesso a terapias antirretrovirais essenciais.
  • Caso o financiamento não seja retomado num futuro próximo, isso poderia levar ao aumento de novas infecções e mortes.
  • Um cenário que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, reverteria décadas de progresso e possivelmente levaria o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV a cada ano.
Placa com o logo da OMS
OMS apela para que o governo dos EUA reverta a decisão (Imagem: Elenarts/Shutterstock)

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Ministério da Saúde garante combate ao HIV mesmo sem os recursos dos EUA

Com o congelamento do financiamento, os países onde o PEPFAR está presente deixam de distribuir medicamentos contra o HIV adquiridos com a ajuda dos EUA, mesmo que já estejam estocados em clínicas locais. Por causa disso, a medida já resultou no fechamento de clínicas e na suspensão de atendimentos em diversos países africanos. É o caso da África do Sul e da Nigéria, por exemplo.

No Brasil, o programa também tem um papel importante no enfrentamento ao HIV. A iniciativa financia ações para facilitar o acesso a autotestes em várias capitais brasileiras e colabora com instituições como a Fiocruz para implementar projetos de conscientização e prevenção. Além disso, o programa também contribui para fortalecer os sistemas de saúde, ampliando a profilaxia pré-exposição (PrEP), melhorando o diagnóstico precoce e ajudando a evitar a interrupção do tratamento.

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Quase 40 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com HIV (Imagem: PENpics Studio/Shutterstock)

Apesar dos impactos provocados pelo corte, o Ministério da Saúde garante que existe um orçamento para a assistência integral aos pacientes com HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) pelo SUS, incluindo ações de prevenção, diagnóstico e tratamento, com oferta gratuita de antirretrovirais.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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