Estudo resolve mistério de décadas sobre o Parkinson

Estudo apontou que uma mutação na proteína PINK1, que se liga nas mitocôndrias, tem relação com o desenvolvimento da doença
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 14/03/2025 15h13
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Imagem: Daisy Daisy/ Shutterstock
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Pesquisadores do Walter and Eliza Hall Institute of Medical Research (WEHl), na Austrália, resolveram um mistério de décadas sobre o Parkinson. A descoberta pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos para tratar a doença.

Identificado pela primeira vez há mais de 20 anos, o PINK1 é uma proteína diretamente ligada à condição neurodegenerativa que mais cresce no mundo. O problema é que, até agora, ninguém sabia ao certo como ela atuava no organismo.

Pesquisadores revelaram como PINK1 atua

  • Os pesquisadores explicam que as mitocôndrias produzem energia em nível celular em todos os seres vivos.
  • Em uma pessoa saudável, quando as mitocôndrias são danificadas, o PINK1 se acumula nas membranas mitocondriais e sinaliza através de uma pequena proteína chamada ubiquitina, que as mitocôndrias quebradas precisam ser removidas.
  • Já quando o PINK1 sofre mutação, esta atuação é prejudicada e as mitocôndrias quebradas se acumulam nas células.
  • Embora tenha sido associado ao Parkinson e, em particular, nos casos envolvendo pacientes mais jovens, o grande mistério era saber como a substância atuava.
  • No novo estudo, os cientistas descobriram como o PINK1 se liga nas mitocôndrias.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Science.
Vida de micróbios. imagem: iStock
Equipe descobriu como PINK1 se liga nas mitocôndrias (Imagem: 846236786/istockphoto)

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Falhas geram acúmulo de toxinas nas células

Segundo o trabalho, o PINK1 funciona em quatro etapas distintas. Primeiro, ele detecta danos mitocondriais, para, em seguida, se ligar às mitocôndrias danificadas. Após, marca a ubiquitina, que então se une a uma proteína chamada Parkin para que as mitocôndrias danificadas possam ser recicladas.

Quando as mitocôndrias são danificadas, elas param de produzir energia e liberam toxinas na célula. Em uma pessoa com Parkinson e uma mutação PINK1, estas toxinas se acumulam na célula, eventualmente matando-a.

Pessoa segurando seu pulso direito com a mão esquerda; na mão direita, há um copo quase cheio de água
Descoberta pode ajudar no tratamento do Parkinson (Imagem: Creative Cat Studio/Shutterstock)

A equipe agora espera usar este conhecimento para desenvolver medicamentos que possam retardar ou até mesmo parar o desenvolvimento do Parkinson em pessoas com a mutação.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.