O plano da China para superar os EUA na corrida das IAs

A expectativa é que sejam atraídos quase US$ 138 bilhões (quase R$ 790 bilhões) em investimentos em IA ao longo de 20 anos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 17/03/2025 11h30, atualizada em 18/03/2025 21h39
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Geopolítica e tecnologia sempre andaram juntas. E o cenário atual é mais uma prova disso, com os governos da China e dos Estados Unidos travando um disputa ferrenha pela hegemonia tecnológica global.

Em meio a este cenário, Pequim acaba de anunciar a criação de um fundo para acelerar o desenvolvimento da inteligência artificial. O objetivo é aproveitar o recente sucesso do modelo de IA DeepSeek.

IA é considerada essencial para impulsionar crescimento econômico

  • Chamado de “fundo de orientação de capital de risco estatal”, ele se concentrará em áreas de ponta, como IA, tecnologia quântica e armazenamento de energia de hidrogênio.
  • A expectativa é que sejam atraídos quase um trilhão de yuans, o que equivale a aproximadamente US$ 138 bilhões (quase R$ 790 bilhões) em capital ao longo de 20 anos.
  • Pequim considera os chips de ponta, computação quântica, robótica e inteligência artificial como essenciais para impulsionar o crescimento econômico do país.
  • Ainda mais em meio à pressão gerada pelas restrições impostas pelos EUA, o que exige o desenvolvimento de uma poderosa indústria doméstica chinesa.
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Atuação do fundo se concentrará em áreas de ponta (Imagem: FOTOGRIN/Shutterstock)

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Importância das empresas privadas chinesas

Foram anos priorizando a inovação tecnológica em detrimento da demanda doméstica. Agora, no entanto, os líderes chineses parecem ter mudado de abordagem, prometendo um maior comprometimento com o fortalecimento do consumo.

A esperança chinesa vem, principalmente, das empresas privadas. No mês passado, o presidente Xi Jinping se reuniu com os principais executivos de tecnologia do país. Durante o encontro, ele afirmou que era “hora nobre” para empresas privadas “darem o máximo de si em suas capacidades”.

China aposta na inovação tecnológica para continuar crescendo (Imagem: Igor Kutyaev/iStock)

A iniciativa privada contribui com mais de 60% para o PIB da China e mais de 80% do emprego. No entanto, muitas empresas, particularmente no setor de tecnologia, ainda estão se recuperando após uma severa repressão regulatória que durou mais de três anos.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.