Cabos submarinos: novo sistema pode evitar sabotagem

Aumento dos casos de sabotagem de cabos submarinos no Mar Báltico colocou as autoridades europeias em alerta
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 18/03/2025 11h54, atualizada em 19/03/2025 21h20
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Os cabos submarinos, responsáveis ​​pela transferência de 99% de todos os dados digitais, são fundamentais para manter o mundo conectado. Atualmente, há 1,4 milhão de quilômetros destas estruturas no fundo do mar, abrangendo todos os oceanos do planeta.

Por ano, são registradas cerca de 200 falhas nesta enorme rede. A maioria delas (quase 80%) está relacionada a atividades humanas, como lançar âncoras ou redes de pesca de arrasto, que acabam ficando presas nos cabos. No entanto, os casos de sabotagem têm crescido.

Cabos submarinos têm sido alvo de sabotagem

  • Investigações apontam que cabos foram danificados no Mar Báltico de forma proposital.
  • Os países europeus acusam a Rússia de estar por trás destas ações.
  • Esta seria uma forma de retaliação encontrada por Moscou em meio à guerra contra a Ucrânia.
  • O Kremlin nega todas as acusações.
  • Mesmo assim, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) levou o assunto a sério e criou uma missão para patrulhar a região com aviões, navios de guerra e drones.
  • As informações são da BBC.
OTAN criou missão para patrulhar os mares, mas isso não é o bastante (Imagem: Andy.LIU/Shutterstock)

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Novo sistema pode identificar possíveis ameaças

Apesar dos esforços, as autoridades europeias não conseguem monitorar toda a extensão do Mar Báltico. Assim, algumas empresas privadas estão ajudando neste trabalho. A ideia é criar formas monitorar o que está acontecendo nas proximidades dos cabos submarinos.

A AP Sensing, por exemplo, desenvolveu um sistema que usa sinais de fibra óptica para “ouvir” drones subaquáticos ou outras embarcações que arrastem suas âncoras ao longo do fundo do mar. Isso permitiria identificar possíveis ameaças.

Cabos submarinos
Uso da tecnologia pode impedir novas sabotagens das estruturas (Imagem: Afa/Shutterstock)

Com essa tecnologia, é possível até calcular o tamanho aproximado de uma embarcação que passa por cima de uma estrutura, bem como sua localização e, em algumas circunstâncias, sua direção. Estes dados podem ser correlacionados com imagens de satélite, ou mesmo registros do sistema de identificação automática (AIS), que a maioria dos navios transmite o tempo todo.

A AP Sensing diz que pode captar vibrações a centenas de metros de distância, mas “geralmente não a vários quilômetros de distância”. A empresa confirma que seu sistema está atualmente implantado em algumas instalações de cabos no Mar do Norte, embora não forneça maiores informações.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.