O Brasil acaba de ganhar uma Alemanha em território marítimo

Uma decisão reconhece o direito do Brasil de explorar uma nova área marítima de cerca de 360 mil km², equivalente ao território da Alemanha
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 28/03/2025 10h07, atualizada em 28/03/2025 14h49
mapa brasil lupa
Imagem: sweet_tomato/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O tamanho dos países é definido a partir de acordos internacionais que levam em conta uma série de regras, visando diminuir a possibilidade de conflitos. Isso quer dizer que as áreas podem ser modificadas desde que isso seja aprovado. E é exatamente isso que acaba de acontecer com o Brasil. A Comissão de Limites da Plataforma Continental, da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou uma proposta que pedia pela ampliação da plataforma continental na costa do litoral norte.

Área é equivalente ao território da Alemanha

  • A plataforma continental é definida como a extensão submersa da massa terrestre do continente.
  • Em outras palavras, é a zona marítima que está dentro das fronteiras do país.
  • A mudança compreende áreas do Amapá ao Rio Grande do Norte e excede as 200 milhas náuticas (370 quilômetros) da Zona Econômica Exclusiva, faixa de mar sobre a qual o país já possui direitos reconhecidos internacionalmente.
  • A decisão reconhece o direito do Brasil de explorar a Margem Equatorial, em uma área de cerca de 360 mil km², equivalente ao território da Alemanha.
ONU
ONU aprovou pedido do Brasil (Imagem: ocphoto/Shutterstock)

Leia mais

Recursos naturais presentes na área agora poderão ser explorados

Com a mudança, o Brasil poderá explorar recursos naturais do leito marinho e do subsolo na nova área. Em nota, a Marinha brasileira afirmou que “o reconhecimento representa uma importante conquista geopolítica e estratégica para o país”.

O governo brasileiro buscava, desde 2017, estender seu território além das 200 milhas náuticas definidas pelas autoridades internacionais. A proposta oficial foi apresentada no início deste ano, após sete anos de estudos.

Petrobras participou das discussões sobre o tema (Imagem: Donatas Dabravolskas/Shutterstock)

As discussões contaram com a participação da Petrobras, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e de outras instituições. Segundo a estatal brasileira, além de fortalecer a soberania do país, a decisão permite o acesso aos recursos ali presentes.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.