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Todos que cresceram apaixonados por videogames devem lembrar da sensação de abrir a caixa de um jogo novo pela primeira vez. Agora, com as mudanças no mercado e nas tecnologias, essa deve se tornar uma memória distante.
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As vendas das chamadas mídias físicas caíram pela metade de 2021 para 2024, segundo informação do The Verge. Essa não é uma tendência recente: os números vêm diminuindo desde 2008, quando comprar jogos remotamente se tornou uma realidade.
“Existe uma longa tendência de queda nas vendas de jogos físicos”, disse Mat Piscatella, analista do portal Circana. As grandes empresas não demonstram mais tanto interesse em distribuir os discos e devem, agora, concentrar seus esforços nas mídias digitais.
Sony e Microsoft abandonando a mídia física
Sony e Microsoft, as maiores empresas no ramo dos videogames, estão encabeçando esta transição. Porém, ambas já tiveram um pequeno atrito quando a companhia fundada por Bill Gates anunciou novas práticas que iriam dificultar o compartilhamento de jogos.
Em 2013, os japoneses fizeram um anúncio zombando da complicada política dos americanos. Na propaganda eles deixavam claro que para emprestar um título do PlayStation, bastava entregá-lo a um amigo. Isso fez a Microsoft recuar na época e abandonar a medida.
Apesar desse histórico, no ano de 2025 fica muito mais difícil imaginar que algo parecido se repita. Junto com essa gradual transição “agora há também uma redução na distribuição, com os varejistas reduzindo o espaço, as empresas lançando menos jogos físicos no geral, e toda a mudança em direção à distribuição digital”, disse Piscatella.
Um fato marcante aconteceu em 2020, com o lançamento da nova geração de consoles (Xbox Series X e Playstation 5), as empresas liberaram versões dos aparelhos sem entrada para discos. Mesmo sem ser a única opção, essa decisão marcou um ponto de virada na indústria.
Hábitos e preferências dos consumidores de videogames
As práticas dos gamers mudaram com o tempo, no começo dos anos 2000 ter um videogame conectado na internet não era uma obrigação. Hoje 99% dos consoles estão ligados a rede. Muitos se acostumaram com o digital e, segundo Mat, “Cada vez mais, as pessoas escolhem a conveniência em vez dos aspectos práticos e positivos do formato físico.”
As empresas estão acompanhando de perto essa mudança de hábitos. Produtos da Microsoft como o Game Pass reforçam esse sentimento de conveniência. Antes para ter acesso a uma biblioteca tão grande de jogos só saindo de casa e indo a lojas especializadas. Ainda por cima pagando o preço da assinatura do serviço em apenas um disco.
Comprar jogos virtualmente ou assinar por planos que te disponibilizam um catálogo enorme sai muito mais em conta. Além disso, a conveniência de apenas abrir a Microsoft Store, escolher o que você quer comprar e armazenar direto na nuvem agrada muito mais os consumidores.
Quando os videogames se tornarão 100% digitais
A Microsoft já deu os primeiros passos no caminho de uma indústria de videogames completamente digital. Em versões de seu jogo mais recente, Avowed, a companhia enviou apenas um código dentro da caixa para quem optou pela versão física. Não seria uma surpresa se os próximos lançamentos fossem distribuídos apenas de forma online.
Por outro lado, a Sony deve demorar mais para adotar só jogos digitais por ter uma base enorme de usuários com aparelhos compatíveis com discos físicos. Mesmo com o PS5 Pro sem leitor, a empresa continua vendendo o acessório separadamente. A empresa teme rejeição e opta por uma transição gradual para manter a confiança dos jogadores.
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A Nintendo deve manter os cartuchos físicos por mais tempo, já que seu público, especialmente famílias, valoriza a praticidade de compartilhar jogos. O Switch 2 seguirá com entrada para cartuchos e retrocompatibilidade. Embora a empresa comece a explorar o digital, a transição será mais lenta, mantendo o formato atual até pelo menos a próxima geração do Switch, que deve chegar por volta de 2030.
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