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Todo mundo teve um brinquedo favorito na infância – seja uma pelúcia, uma bola ou algum eletrônico. E o que restaram agora são as memórias afetivas.
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Sim, viramos adultos e estamos cheios de responsabilidade, mas quem não toparia voltar no tempo para viver aqueles bons momentos? Foi a partir dessa premissa que um grupo de cientistas do MIT, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong e da ETH Zurich desenvolveram uma ferramenta chamada InteRecon.
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Não, eles não inventaram nenhuma máquina do tempo. Usando a tecnologia de Realidade Mista e escaneamento 3D, eles conseguiram recriar vários brinquedos antigos no ambiente virtual.
O mais impressionante é que os pesquisadores replicaram não somente o formato, mas também as funções dos objetos. Isso vale para um coelho que mexia as orelhas e até mesmo o seu bom e velho iPod Shuffle.
Como isso é possível?
- InteRecon é uma abreviação para Reconstrução Interativa – e é justamente isso que o projeto propõe.
- São necessárias 4 etapas para chegar ao resultado final:
1) Reconstruir a aparência do objeto a partir de escaneamento 3D;
2) Adicionar transformações físicas, como as orelhas do coelho que se mexem;
3) Reconstruir a interface do objeto com botões e controles que funcionem em Realidade Mista;
4) Adicionar conteúdo incorporado, como vídeos e músicas que faziam parte do objeto original.
- No tópico 2, os pesquisadores segmentaram o objeto 3D em partes distintas, especificando o funcionamento de cada uma delas a partir de ferramentas demonstrativas.
- O trabalho é extremamente complexo, mas possível, como mostra o vídeo abaixo:
- Os cientistas utilizaram ferramentas acessíveis, como um aplicativo de iPhone para o escaneamento e um headset Meta Quest para a programação em Realidade Mista.
- Você pode ler a pesquisa na íntegra nesse link da arXiv.
Próximos passos
Os pesquisadores também demonstraram que é possível replicar um aparelho de TV que reproduza uma seleção de desenhos animados predefinidos. Ou ainda um Game Boy de aparência rudimentar que roda alguns jogos apenas.
O próximo passo da pesquisa é refinar ainda mais essas criações digitais, fazendo com que elas se tornem cópias perfeitas dos seus pares na vida real.
Os cientistas também pensam em outras aplicações, além da digitalização de brinquedos. Uma ideia seria utilizar a ferramenta no mundo da Moda, com designers trabalhando em roupas nesse universo 3D.
Outra sugestão é ajudar estudantes de Medicina a treinar para cirurgias desafiadoras. Isso, no entanto, ainda deve demorar. É preciso que o InteRecon evolua bastante, principalmente seus mecanismos de precisão e simulação física.
Mesmo no atual estágio, o projeto já anima bastante a comunidade científica. A equipe vai apresentar seu trabalho oficialmente na Conference on Human Factors in Computing Systems, que ocorre no fim do mês em Yokohama, no Japão.
As informações são do New Atlas.
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