Ponto turístico brasileiro sofre com ataque de peixes

Desde o início deste ano, foram registrados 30 casos de ataques de tambaqui em balneário de Bonito, no Mato Grosso do Sul
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 04/04/2025 05h50
Praia-da-Figueira-1-1920x1080
Imagem: eliscora/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O aumento de ataques de peixes a banhistas provocou a interdição de um balneário em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Desde o início deste ano, foram registrados 30 casos no local. Isso é quase metade das 64 ocorrências durante todo 2024.

Os casos ocorreram em uma lagoa artificial na Praia do Figueira onde vivem espécies como o tambaqui (Colossoma macropomum).

O animal consome alimentos mais duros, o que faz com que a mordida dele possa causar ferimentos graves em humanos.

Local precisou ser interditado

  • De acordo com o G1, entre as vítimas está um homem que pediu para não ser identificado.
  • Ele foi atacado em 2023 e levou oito pontos em um dedo da mão.
  • Em função das ocorrências, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) decidiu suspender a visitação ao local em 26 de março.
  • Algumas partes do balneário chegaram a ser liberadas alguns dias depois.
  • No entanto, a lagoa onde ocorreram os ataques segue fechada por tempo indeterminado.
Tambaqui foi o responsável pelos ataques (Imagem: Diego Grandi/Shutterstock)

Leia mais

Introdução dos peixes na lagoa artificial foi um erro

De acordo com o biólogo e professor visitante da Universidade de Campinas (Unicamp), José Sabino, que atua na região de Bonito, o problema decorre da introdução de espécies exóticas em ecossistemas diferentes dos naturais. Isso, inclusive, é considerado um crime ambiental no Brasil.

O especialista explica que o tambaqui é encontrado normalmente em áreas de planície da bacia Amazônica, não estando presente de forma natural na bacia do Alto Paraguai, que abrange os rios da região de Bonito.

Local foi fechado em razão da falta de segurança (Imagem: Franco Cesar Buttafuoco/Shutterstock)

Dessa forma, Sabino acredita que houve despreparo ao se introduzir esta espécie na lagoa artificial. Ele defende que é preciso fazer um diagnóstico do problema para mitigar o impacto. Uma das sugestões é fazer o recolhimento destes animais do local, evitando novos acidentes.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.