Uma placa tectônica está se movendo mais rápido do que as outras

Segundo os cientistas, uma das placas tectônicas está se movendo quase cinco vezes mais rápido do que as outras
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 07/04/2025 12h15, atualizada em 09/04/2025 01h10
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Você deve saber que as placas tectônicas da Terra estão em constante movimentação. É isso o que explica, por exemplo, os terremotos, que ocorrem quando estas imensas estruturas que formam o nosso planeta acabam colidindo.

Mas isso significa também que os continentes não estão parados. O que nos leva a uma pergunta. Qual deles está se movendo mais rápido? E para onde ele está indo?

Corrida entre as placas tectônicas

  • O grande vencedor desta disputa é a placa indo-australiana.
  • Ela é uma placa tectônica que inclui a Austrália continental e a ilha da Tasmânia, além de partes da Nova Guiné, Nova Zelândia e a bacia do Oceano Índico.
  • Segundo os cientistas, este pedação está se movendo cerca de 7 centímetros por ano.
  • Sim, isso é quase nada, mas representa muito mais do que os cerca de 1,5 centímetro por ano de movimentação das outras massas terrestres do planeta.
  • As informações são do IFLScience.
Placas tectônicas estão em constante movimentação (Imagem: Naeblys/Shutterstock)

Leia mais

Placa está se movendo para o norte

Ainda de acordo com os pesquisadores, a placa indo-australiana está se movendo em direção ao norte. Isso significa que ela poderá colidir com o fundo da placa da Eurásia em torno do Sudeste Asiático e da China, formando uma nova matriz continental que alguns apelidaram de “Austrásia”.

Este deslocamento, na verdade, faz parte da história do nosso planeta. Até 200 milhões de anos atrás, a Austrália estava conectada ao supercontinente Gondwana, que ocupava a maior parte do Hemisfério Sul. Naquela época, as placas Africana, Antártica, Indo-Australiana e Sul-Americana estavam misturadas, enquanto a Laurásia incluía a maior parte da Europa, Ásia e América do Norte.

A placa indo-australiana está se movendo quase cinco vezes mais rápido do que as outras (Imagem: Yarr65/Shutterstock)

Apesar das projeções serem assustadora, isso só deve acontecer daqui a algumas dezenas de milhões de anos. Mas há um fato interessante. Por mais lento que esse movimento seja, ele pode causar confusão nas nossas tecnologias. como no caso do GPS. Isso porque os satélites operam com base em sistemas de coordenadas fixas.

Vamos voltar a usar a Austrália como exemplo. Até 2017, o país usava as coordenadas de 1994. Isso causou uma falta de sincronia de 1,6 metro em relação ao posicionamento real, forçando as autoridades australianas a atualizar o sistema.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.