Microsoft demite funcionárias que protestaram no aniversário da empresa

Protestos de duas funcionárias criticavam executivos da empresa pelo fornecimento de IA para o exército israelense
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 08/04/2025 10h23, atualizada em 08/04/2025 18h36
Logo da Microsoft na fachada do prédio da empresa
(Imagem: ShU studio/Shutterstock)
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A Microsoft demitiu duas funcionárias que interromperam a comemoração do 50º aniversário da empresa para protestar contra o fornecimento de tecnologia de inteligência artificial ao exército israelense. As informações são da Associated Press.

O protesto aconteceu durante um evento de lançamento de novos produtos e ambições de IA da empresa, quando a engenheira de software Ibtihal Aboussad subiu ao palco e acusou a Microsoft de contribuir para um “genocídio” em Gaza ao vender armas de IA para o governo israelense.

A manifestação interrompeu a palestra do executivo Mustafa Suleyman, CEO da divisão de IA da empresa, que tentou apaziguar a situação antes de Aboussad ser escoltada para fora do evento.

Uma segunda funcionária, Vaniya Agrawal, também participou do protesto mais tarde.

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Fachada da Microsoft
Funcionárias disseram em protesto que a Microsoft contribuiu para um genocídio, e acabaram demitidas – Imagem: LCV/Shutterstock

Microsoft reprovou postura agressiva de funcionária

  • Aboussad, que trabalha na sede canadense da Microsoft, foi chamada por recursos humanos na segunda-feira e informada sobre sua demissão imediata, enquanto Agrawal, que já havia solicitado sua saída, teve sua renúncia antecipada.
  • A Microsoft alegou que Aboussad agiu de forma agressiva e perturbadora, acusando-a de interromper o evento de maneira inapropriada.
  • A empresa afirmou que a funcionária deveria ter levantado suas preocupações de forma mais discreta.

Este incidente não foi o primeiro protesto de funcionários contra o envolvimento da Microsoft com Israel, pois, em fevereiro, outros trabalhadores também haviam protestado contra contratos com o governo israelense.

A Microsoft reforçou que oferece formas de os funcionários expressarem suas opiniões, mas que os protestos não devem causar interrupção nos negócios.

Após o protesto, Aboussad e Agrawal perderam imediatamente o acesso a suas contas de trabalho, e a Microsoft não revelou se outras medidas seriam tomadas.

Não foi o primeiro protesto contra a Microsoft por seu envolvimento com o governo israelense – Imagem: bluestork/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.