Tarifas de Trump: após recuo, ações das big techs disparam

Apple teve seu segundo melhor dia na bolsa de valores em décadas
Vitoria Lopes Gomez09/04/2025 14h45, atualizada em 09/04/2025 18h33
Silhueta de mão na frente de ícones das big techs Alphabet, Amazon, Apple, Facebook e Microsoft
Imagem: Ascanio/Shutterstock
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (09) que pausará as tarifas em produtos importados por 90 dias. Nesse tempo, ele manterá tarifas recíprocas mínimas de 10%. Há apenas uma exceção: a China, que teve as taxas aumentadas para 125%.

O governo não admite pressão internacional na decisão e diz que a pausa serve para que os Estados Unidos tenham tempo para negociar acordos comerciais.

Rapidamente, as bolsas de valores, que estavam instáveis desde semana passada, voltaram a subir. Big techs, como Apple e Nvidia, registraram ganhos expressivos.

Silhuetas de Xi Jinping e Donald Trump na frente de bandeiras da China e dos Estados Unidos, respectivamente
Tarifas contra China estão em 125% (Imagem: amagnawa1092/Shutterstock)

Trump vai pausar tarifas… menos contra a China

A Casa Branca decidiu pausar as tarifas por 90 dias, conforme anunciado por Trump no Truth Social. Nesse tempo, ele manterá tarifas recíprocas mínimas de 10%.

A exceção é a China. Ele chamou a resposta do governo chinês de “falta de respeito” e aumentou a taxa para 125%. Esse foi o segundo aumento no mesmo dia, já que, às 00h01, a taxa havia subido para 104%.

Ambas medidas passam a valer imediatamente. Veja o que Trump escreveu:

Com base na falta de respeito que a China demonstrou em relação aos mercados mundiais, estou aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com vigência imediata. Em algum momento, espero que em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de roubo dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, do Tesouro e o USTR, para negociar uma solução para os assuntos que estão sendo discutidos em relação a comércio, barreiras comerciais, tarifas, manipulação de moedas e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não tenham, por minha forte sugestão, retaliado de qualquer maneira, forma ou jeito contra os Estados Unidos, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com vigência imediata. Obrigado por sua atenção nesse assunto!

Donald Trump, no Truth Social
Representante do governo justificou decisão (Imagem: White House/Reprodução)

O secretário do Comércio, Howard Lutnick, estava com Trump durante o anúncio. Ele escreveu nas redes sociais que “o mundo está pronto para trabalhar com o presidente Trump para consertar o comércio global, e a China escolheu a direção oposta”.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, deu uma coletiva de imprensa na frente da Casa Branca após o recuo das tarifas. Segundo ele, as decisões são de responsabilidade de Trump e ele teria recompensado os países por não retaliarem os Estados Unidos.

Leia mais:

O governo não admite que a decisão tenha sido por causa da pressão internacional ou perdas na bolsa de valores. Bessent defendeu que a pausa daria tempo para que o governo ampliasse as negociações com os países dispostos a conversar.

Já a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que a mudança de rota de Trump faz parte da “arte do acordo”. No geral, representantes do governo insistiram que o recuo faz parte das estratégias de negociação dos EUA.

Logos de big techs
Ações das big techs voltaram a subir (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Ações das big techs voltaram a subir

Logo após o anúncio da pausa nas tarifas, as bolsas de valores e as ações das big techs (que estavam instáveis desde a semana passada) voltaram a subir.

A Apple, que chegou a perder 21%, disparou.

Veja:

  • O Nasdaq, em qual boa parte das empresas de tecnologia estão listadas, subiu mais de 12%. Segundo a CNBC, foi o segundo melhor dia de todos os tempos;
  • Ações da Apple subiram em mais de 15%, o segundo melhor dia da empresa na bolsa desde janeiro de 1998;
  • Tesla subiu 18%;
  • Nvidia subiu 22%;
  • Meta subiu 15%;
  • Amazon subiu 12%;
  • Microsoft e Alphabet (controladora do Google) subiram 10% cada;
  • Empresas de semicondutores e hardwares, como a Intel, também registraram ganhos expressivos, entre 17% e 24%.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

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