Teste de saliva pode revolucionar diagnóstico do câncer de próstata

Teste é capaz de analisar o DNA dos pacientes para descobrir quem nasceu com maior risco de desenvolver câncer de próstata
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 11/04/2025 10h53
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Imagem: Peakstock/Shutterstock
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O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor que mais mata homens no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 17 mil pessoas morreram por conta da doença em 2023 no país, uma média de 47 óbitos por dia.

Este cenário preocupa as autoridades de saúde. Mas uma esperança acaba de surgir. Pesquisadores desenvolveram um teste de saliva capaz de analisar o DNA dos pacientes para descobrir quem nasceu com maior risco de desenvolver câncer de próstata.

Rastreio de mutações no DNA

A equipe responsável pelo trabalho explica que o exame de saliva não procura sinais de câncer de próstata dentro do corpo. Em vez disso, ele busca por 130 mutações no DNA dos homens, cada uma das quais pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença.

ilustração digital de um câncer de pele se desenvolvendo no corpo
Câncer de próstata é uma das doenças que mais mata homens no Brasil (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

Participaram do estudo 745 pacientes com idades entre 55 e 69 anos. Destes, 187 foram diagnosticados com câncer de próstata a partir do uso da nova tecnologia.

O exame apontou 103 tumores de alto risco e que precisavam de tratamento.

Os pesquisadores ainda observaram que em 74 destes casos a doença não teria sido descoberta neste estágio sem a análise da saliva. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista New England Journal of Medicine.

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Teste de saliva foi testado em estudo (Imagem: Institute of Cancer Research)

Teste ainda precisa ser aperfeiçoado

  • Apesar dos resultados positivos, ainda não foi comprovado que o teste salva vidas.
  • Especialistas dizem que pode levar “anos” até que esses mecanismos possam ser usados rotineiramente.
  • Outra limitação da pesquisa é o fato dela ter se concentrado em pessoas de ascendência europeia.
  • A ideia é ampliar o número de participantes em novos experimentos.
  • Acredita-se que os homens negros, por exemplo, tenham o dobro do risco de câncer de próstata.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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