O mais novo investimento tech da Microsoft é o… papel!

Parceria com a CO280 usará tecnologia em fábrica de papel para remover milhões de toneladas de CO₂ da atmosfera
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 12/04/2025 05h30
Placa com o logo da Microsoft
Imagem: Tada Images / Shutterstock
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A Microsoft anunciou a compra de 3,7 milhões de toneladas métricas em créditos de remoção de carbono da CO280, uma desenvolvedora de projetos de captura de carbono voltados para a indústria de celulose e papel.

O acordo cobre as emissões estimadas de 12 anos do primeiro projeto da empresa, localizado em uma fábrica na Costa do Golfo, cuja operação está prevista para começar em 2028.

Essa iniciativa faz parte do compromisso da Microsoft de se tornar carbono-negativa até 2030 — ou seja, remover mais carbono da atmosfera do que emite.

Apesar dos investimentos pesados em energia renovável, a empresa ainda gera um volume significativo de emissões (17,1 milhões de toneladas métricas em 2023) e busca compensar parte desse impacto por meio da compra de créditos e tecnologias de remoção de carbono.

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Microsoft aposta em captura de carbono para zerar suas emissões – Imagem: ShU studio/Shutterstock

Mais sobre o projeto da CCO280

O projeto da CO280 é inovador por aproveitar o próprio processo industrial da fábrica: ele captura o dióxido de carbono liberado na queima de madeira na caldeira de recuperação, que normalmente seria devolvido à atmosfera.

Como esse carbono foi previamente absorvido por árvores durante a fotossíntese, a captura é considerada uma remoção efetiva de carbono da atmosfera.

A tecnologia será implementada em parceria com a SLB Capturi, uma joint venture entre a SLB (ex-Schlumberger) e a Aker Carbon Capture, utilizando um processo baseado em aminas.

O CO₂ capturado será transportado por 64 km até um aquífero salino subterrâneo para armazenamento permanente.

Fábricas levam parte da receita

  • Nesta primeira fase, a planta deve capturar 40% do carbono biogênico e 30% das emissões totais da fábrica.
  • A CO280 já planeja uma segunda fase que dobrará a capacidade de captura.
  • O modelo de negócio é estruturado em joint ventures com as fábricas, que recebem parte da receita gerada com a venda dos créditos de carbono, atualmente vendidos por cerca de US$ 200 por tonelada.

Além da Microsoft, a CO280 já forneceu créditos de remoção para a Frontier, um fundo de mercado formado por empresas como Stripe, Google, Meta e Shopify, que investem em tecnologias de remoção de carbono.

Tecnologia em fábrica de papel para remover milhões de toneladas de CO₂ da atmosfera (Imagem: 3rdtimeluckystudio / Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.