Hospital brasileiro aposta na computação quântica para criar novos remédios

Albert Einstein vai criar grupo de pesquisa em São Paulo para explorar metodologias que promovam maior equidade em saúde
Por Bruna Barone, editado por Rodrigo Mozelli 15/04/2025 06h00, atualizada em 29/04/2025 22h43
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Campo mistura conceitos de física, matemática, ciência da computação e engenharia (Imagem: Bartlomiej Wroblewski/iStock)
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O Hospital Israelita Brasileiro Albert Einstein lançou um projeto para explorar conceitos da computação quântica. O grupo de estudo ainda está em fase inicial de estruturação e tem ênfase em desenvolvimentos que promovam maior equidade em saúde. As informações são da Agência Fapesp.

“Sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer para usar e aplicar essa tecnologia, mas acreditamos que ela pode ter um grande impacto na sociedade”, disse Felipe Fanchini, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru e participante do projeto, revelado durante a FAPESP Week Germany.

Com apoio de outros dois pesquisadores, Fanchini fundou a startup QuaTI (que não tem relação com a iniciativa do Einstein) para explorar tecnologias baseadas em informação e computação quântica para diversas aplicações. Uma delas ainda em desenvolvimento poderá ser usada para prever a formação de temporais no Brasil, por exemplo.

“A ideia é tentar usar a computação quântica para, de alguma forma, prever e enviar alertas à população, a fim de mitigar os problemas causados ​​por esses eventos extremos”, enfatizou Fanchini. Os trabalhos serão conduzidos no centro de pesquisa da unidade localizada em São Paulo.

Fachada de uma das unidades do Albert Einstein em São Paulo (Imagem: Felipe Cruz/iStock)

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Novos caminhos

O Hospital Israelita Brasileiro Albert Einstein já vem trabalhando com iniciativas de aplicação de conceitos de física, matemática, ciência da computação e engenharia para aprimorar procedimentos médicos atuais. 

“Os países latino-americanos, especialmente o Brasil, têm sido particularmente ativos no campo das tecnologias quânticas e oferecem muitas oportunidades para colaboração futura”, afirmou Jeins Eisert, pesquisador do Centro Dahlem para Sistemas Quânticos Complexos da Universidade Livre de Berlim, no evento.

No ano passado, a Alemanha lançou seu primeiro computador quântico híbrido e criou o Vale Quântico de Munique para acelerar as pesquisas nesse campo. 

“Esses projetos regionais ilustram os esforços para promover a expertise acadêmica independente e a autossuficiência tecnológica, essenciais para reduzir a dependência de players globais dominantes”, disse Christian Schneider, professor da Faculdade de Computação, Informação e Tecnologia da Universidade Técnica de Munique.

Munique é referência para estudos de computação quântica (Imagem: jotily/iStock)

É o futuro

Recentemente, o Olhar Digital relatou um feito histórico do banco JPMorgan Chase & Co, que gerou e certificou números verdadeiramente aleatórios utilizando um computador quântico. A inovação pode ter implicações significativas para segurança, negociação e criptografia.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.