Após mais de três anos de intensas negociações, os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram a um consenso, nesta quarta-feira (16), sobre o texto de um acordo global voltado à prevenção e resposta a futuras pandemias, segundo informações da AFP, noticiadas no MedicalXpress.
O tratado busca corrigir falhas evidenciadas pela crise da COVID-19, que deixou milhões de mortos e expôs desigualdades no acesso a vacinas e tratamentos.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chamou o resultado de “um marco histórico” e destacou o compromisso global com um mundo mais preparado.
Detalhes do acordo
- O ponto central do acordo é a criação de um Sistema de Acesso e Compartilhamento de Benefícios de Patógenos (PABS), que prevê o compartilhamento rápido de dados sobre agentes infecciosos com a indústria farmacêutica, acelerando o desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
- Apesar de impasses — como a resistência de países com grandes indústrias farmacêuticas à transferência obrigatória de tecnologia para nações em desenvolvimento — um compromisso foi alcançado com a exigência de que qualquer cooperação tecnológica seja “mutuamente acordada”.
- O texto também reflete preocupações com equidade no acesso a recursos e prevenção, e será submetido à aprovação final na Assembleia Mundial da Saúde no próximo mês.

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Estados Unidos de fora
A ausência dos Estados Unidos, que abandonaram as negociações por ordem do presidente Donald Trump, pairou como uma sombra sobre os debates, especialmente diante da ameaça de tarifas sobre produtos farmacêuticos.
Especialistas e representantes internacionais elogiaram o acordo como um sinal de que a cooperação internacional ainda é possível, mesmo em tempos de crescente tensão global.
“Hoje celebramos, mas o verdadeiro trabalho começa agora”, disse um dos representantes durante a sessão final na sede da OMS.
