Carteira de Identidade Nacional: veja como proteger seus dados!

Empresa especializada em cibersegurança alerta que ataques cibernéticos ou falhas nos sistemas podem expor as informações dos cidadãos
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 17/04/2025 19h28, atualizada em 04/05/2025 09h29
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A Carteira de Identidade Nacional (CIN) está disponível para confecção em todos os estados brasileiros desde o início do ano passado. Chamado de novo RG, o documento passa a adotar apenas o CPF como número identificador.

Segundo as autoridades brasileiras, ele é considerado mais seguro, apresentando um QR Code que permite verificar a sua autenticidade, além de um código de padrão internacional chamado MRZ, o mesmo utilizado em passaportes. No entanto, a novidade também levanta algumas preocupações.

Informações sigilosas podem cair nas mãos erradas?

Segundo o Grupo Ivy, holding nacional especializada em cibersegurança, um dos principais riscos associados ao novo documento é o vazamento de dados. Isso porque ataques cibernéticos ou falhas nos sistemas podem colocar as informações dos cidadãos em risco.

A entidade alerta que, em abril de 2024, ocorreu uma invasão ao Siafi, plataforma de pagamento do governo. Este ataque ocorreu justamente no sistema de autenticação, permitindo que os criminosos utilizassem os dados de acesso de pessoas habilitadas a fazer as operações financeiras.

Documento é mais seguro, mas há riscos (Imagem: Agência Brasil)

Situações do tipo poderiam resultar em outros tipos de fraudes, já que o novo RG reúne dados de até 12 documentos diferentes, alerta Felipe Testolini, vice-presidente do Grupo Ivy. Por isso, é fundamental que ferramentas de segurança sejam utilizadas.

O que diz o governo

O Olhar Digital entrou em contato com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos em busca de mais informações sobre a segurança da Carteira de Identidade Nacional.

Em nota, o MGI informou que “os dados da CIN são armazenados de forma segura e criptografada por todos os institutos de identificação estaduais, de forma a evitar acesso indevido”.

A nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) é um documento seguro e que reduz as fraudes. Isso é comprovado por um levantamento, realizado pela Serasa Experian, que aponta que a CIN tem 0,08% de chance de ser usada em golpes. Lembrando que os dados da CIN são armazenados de forma segura e criptografada por todos os institutos de identificação estaduais, de forma a evitar acesso indevido.

Recomendações para proteger os seus dados

Para ampliar a segurança da versão digital da CIN no aplicativo do GOV.BR, a recomendação é usar as ferramentas de segurança da plataforma, como a verificação em duas etapas e a gestão de métodos de acesso e recuperação da conta GOV.BR.

Outra dica é evitar compartilhar o número do documento em redes sociais, bem como usar senhas fortes e a atualização constante de credenciais digitais.

“Essas ferramentas inibem acessos indevidos e permitem o controle dos dispositivos que acessam a conta GOV.BR”, acrescenta o MGI. “Em casos de perda ou furtos da CIN, é importante que o cidadão comunique o mais rápido possível as autoridades policiais, com intuito de registrar um boletim de ocorrência. Além disso, o cidadão deve informar ao órgão emissor da CIN nos estados e no Distrito Federal sobre essas ocorrências, para que sejam tomadas as providências cabíveis. Essas ações são importantes para evitar o uso indevido do documento”.

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Carteira de Identidade Nacional já está sendo emitida por todos os estados (Imagem: Agência Brasil)

Como emitir a nova Carteira de Identidade Nacional

  • Para a emissão, é necessário procurar a Secretaria de Segurança Pública do seu estado.
  • O requerente deverá apresentar a certidão de nascimento ou de casamento em formato físico ou digital.
  • O documento será expedido em papel de segurança ou em cartão de policarbonato (plástico), além do formato digital.
  • A primeira via e as renovações, em papel e em formato digital pelo aplicativo GOV.BR, são gratuitas, de acordo com a Lei 7.116/83. 
  • Já a segunda via tem um custo que varia de estado para estado.
  • Além disso, se o cidadão desejar a opção em policarbonato (plástico) haverá cobrança por parte do estado emissor.

Desde que foi disponibilizada, no dia 11 de janeiro de 2024, mais de 23,5 milhões de novas Carteiras de Identidade Nacionais (CINs) já foram emitidas no Brasil. Lembrando que a antiga carteira de identidade ainda não perdeu a validade, mas só será aceita até 28 de fevereiro de 2032.

Piauí foi o primeiro estado a atingir 25% de cobertura da nova identidade em outubro de 2023. O governo federal tem como objetivo alcançar a marca de 130 milhões de CINs emitidas até o final de 2026.

Nota completa do Governo Federal

A nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) é um documento seguro e que reduz as fraudes. Isso é comprovado por um levantamento, realizado pela Serasa Experian, que aponta que a CIN tem 0,08% de chance de ser usada em golpes.

Lembrando que os dados da CIN são armazenados de forma segura e criptografada por todos os institutos de identificação estaduais, de forma a evitar acesso indevido. Já para ampliar a segurança da versão digital da CIN no aplicativo do GOV.BR, recomendamos as ferramentas de segurança da plataforma, como a verificação em duas etapas e a gestão de métodos de acesso e recuperação da conta GOV.BR.

Essas ferramentas inibem acessos indevidos e permitem o controle dos dispositivos que acessam a conta GOV.BR. Em relação à segurança do GOV.BR, podemos dizer que a CIN também qualifica o acesso à plataforma, pois quem tem o novo documento transforma a sua conta em Ouro, o nível mais seguro. Isso significa mais segurança digital para os usuários na hora de usar os mais de 4.500 serviços digitais disponíveis.

Por fim, em casos de perda ou furtos da CIN, é importante que o cidadão comunique o mais rápido possível as autoridades policiais, com intuito de registrar um boletim de ocorrência. Além disso, o cidadão deve informar ao órgão emissor da CIN nos estados e no Distrito Federal sobre essas ocorrências, para que sejam tomadas as providências cabíveis. Essas ações são importantes para evitar o uso indevido do documento.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.