Governo quer que você escolha sua fornecedora de energia

Atualmente, a compra é feita da distribuidora local, sem possibilidade de escolha, com exceção dos consumidores de alta tensão
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 17/04/2025 01h01, atualizada em 17/04/2025 06h19
Torres de energia elétrica
Proposta cria novo encargo na conta de luz (Imagem: tifonimages/IStock)
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O governo federal vai propor a abertura de mercado para que os consumidores possam escolher seus fornecedores de energia elétrica. A medida faz parte de uma reestruturação do setor elétrico anunciada nesta quarta-feira (16) pelo Ministério de Minas e Energia.

O texto ainda será analisado pela Casa Civil e não há data para envio ao Congresso Nacional. A expectativa, no entanto, é que seja encaminhado ainda neste semestre.

Medida começaria a valer em 2027 para indústria e comércios (Imagem: Eduardo Frederiksen/iStock)

Como funcionaria?

Atualmente, a compra é feita da distribuidora local, sem possibilidade de escolha, com exceção dos consumidores de alta tensão. Na prática, a proposta permite que os clientes de baixa tensão negociem diretamente com geradoras ou comercializadoras.

O mercado livre existe no Brasil desde 1996 e uma consulta pública para abrir o mercado para consumidores residenciais e rurais chegou a ser realizada em 2022, mas o governo nunca publicou o texto.

Pelo projeto apresentado agora, a abertura seria feita em duas fases: indústria e comércio poderão aderir à estratégia a partir de 1º de março de 2027; demais consumidores, a partir de 1º de março de 2028.

“Consideramos essa política que estamos enviando o maior programa social desde o Luz Para Todos”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Segundo ele, famílias integrantes do CadÚnico terão descontos maiores e famílias de classe média terão liberdade de escolha.

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Texto com mudanças ainda será analisado pela Casa Civil (Imagem: Steven White/iStock)

Novo encargo

A reformulação inclui a criação de uma nova taxa na conta de luz para cobrir eventuais custos de sobrecontratação das distribuidoras. 

Isso porque as empresas têm contratos firmados com usinas e, a depender da adesão de novos clientes, há o risco de “sobra” de energia. O encargo será pago pelos consumidores livres e regulados para pagar esse custo, como informa o G1.

Além disso, o governo quer criar um “Supridor de Última Instância” para casos em que a fornecedora contratada não conseguir atender os contratos. Assim, o “supridor de backup” forneceria energia aos clientes afetados.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.