Múmia de 10 mil anos reescreve história das Américas

Novas análises revelaram que a múmia está intimamente ligada aos primeiros humanos que pisaram nas Américas
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 22/04/2025 18h46
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Imagem: Museu do Estado de Nevada
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As múmias não foram uma exclusividade dos egípcios. O uso desta técnica para preservar os restos mortais de falecidos também foi uma marca de povos que habitaram as regiões onde hoje fica o Chile e o Peru, por exemplo.

Mas a mumificação também foi importante para um grupo de indígenas americanos que apresenta laços genéticos estreitos com um misterioso povo.

Há mais de 10 mil anos, eles realizaram um enterro em uma caverna de Nevada, atual território dos Estados Unidos, que ajudou a reescrever a história da região.

Múmia mais antiga já encontrada

  • Descoberto pela primeira vez em 1940, o chamado Spirit Cave Man logo despertou a curiosidade dos arqueólogos.
  • Inicialmente, eles pensaram que a múmia tinha menos de 2 mil anos.
  • No entanto, uma datação por radiocarbono realizada em 1997 revelou que o corpo foi enterrado na caverna há 10.700 anos.
  • Isso significa que este é o exemplar de mumificação mais antigo já conhecido no planeta.
  • Agora, um estudo publicado na revista American Antiquity revela mais detalhes sobre a descoberta.
Tutancâmon
O corpo encontrado é três vezes mais velho que a múmia de Tutancâmon.
Máscara mortuária de Tutancâmon. (Imagem: Jaroslav Moravcik / Shutterstock.com)

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Linhagem genética ininterrupta foi confirmada

As análises confirmaram uma ligação entre a múmia e os nativos americanos atuais. Os resultados sugerem uma linhagem genética ininterrupta, além de revelar que o indivíduo antigo estava intimamente ligado aos primeiros humanos a pisar nas Américas.

As descobertas provaram que os Fallon Paiute-Shoshone e outras tribos são descendentes diretas do homem mumificado. Uma afirmação que corrobora com uma decisão judicial de 2018 que considerou os nativos americanos vitoriosos.

Os cientistas descobriram que um grupo ancestral chamado cultura Lovelock sobreviveu a uma grande seca na época, migrando temporariamente para altitudes mais altas. Diferentemente do que se pensava, este povo não desapareceu por volta de 1.250 d.C., mas sim fundiu-se com outras tribos, que resultaram na formação dos nativos americanos que existem até hoje.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.