Adolescentes reconhecem efeitos negativos das redes sociais, diz estudo

Aumento na percepção negativa das redes sociais entre adolescentes e levanta preocupações sobre saúde mental
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 22/04/2025 18h51
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Imagem: GaudiLab/Shutterstock
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O uso de mídias sociais por adolescentes continua gerando preocupações entre pais, educadores e autoridades.

Um novo relatório do Pew Research Center revela que quase metade dos adolescentes americanos acredita que as redes sociais têm um impacto majoritariamente negativo sobre sua geração — e muitos estão tentando reduzir o tempo de uso.

Detalhes da pesquisa

  • A pesquisa entrevistou 1.391 jovens de 13 a 17 anos e seus pais.
  • Os resultados mostram um aumento significativo na percepção negativa em relação às redes sociais: 48% dos adolescentes acham que elas fazem mal a seus colegas, contra 32% em 2022.
  • No entanto, apenas 14% afirmam sentir esse impacto negativo diretamente em si mesmos.
  • Apesar disso, 44% dos adolescentes disseram ter diminuído o tempo que passam online, e 45% reconhecem que passam tempo demais nas redes.
  • As meninas demonstram maior sensibilidade aos efeitos negativos: são mais propensas a relatar impactos no sono, autoestima e produtividade.

Esses dados reforçam pesquisas anteriores que apontam uma ligação mais forte entre redes sociais e problemas de saúde mental em meninas adolescentes.

Documentos internos da Meta, por exemplo, mostraram que o Instagram afeta negativamente a imagem corporal de uma em cada três adolescentes.

Jovens apontam redes sociais como fonte de mal-estar – Imagem: Rawpixel.com/Shutterstock

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Pais demonstram preocupação

Enquanto isso, pais continuam mais preocupados que os próprios filhos. Quase 90% se dizem preocupados com a saúde mental dos adolescentes, e 44% apontam as redes sociais como principal causa de prejuízo emocional — proporção bem maior que os 22% entre os próprios jovens.

Apesar das críticas, as redes sociais também têm aspectos positivos. Cerca de 60% dos adolescentes dizem que as plataformas ajudam a expressar sua criatividade e a manter contato com os amigos.

Diante desses dados, cresce o debate sobre políticas de regulação. Países como Austrália e estados americanos como Utah já adotaram leis que limitam o acesso de menores às redes, e autoridades seguem pressionando empresas como a Meta por mais responsabilidade e proteção aos jovens usuários.

Pasta com ícones de redes sociais em tela inicial do celular
Governos e empresas já se movimentam com medidas para combater os danos das redes sociais na saúde mental dos jovens (Imagem: Viktollio/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.