EUA: China estaria planejando exército de soldados geneticamente modificados com IA

Relatório dos Estados Unidos alega que China estaria desenvolvendo um exército de soldados geneticamente modificados para uso até 2049... Será?
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 22/04/2025 13h09, atualizada em 22/04/2025 14h47
Imagem gerada por inteligência artificial mostra um exército de robôs humanoides com a bandeira da China estampada no peito.
(Imagem gerada por IA via DALL-E/Vitória Gomez/Olhar Digital)
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Os Estados Unidos estão preocupados com a capacidade bélica e tecnológica da China. Ou, ao menos, dizem isso. Um relatório da Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Biotecnologia Emergente cita a possibilidade de os chineses estarem desenvolvendo um exército de soldados geneticamente modificados. Hein? É isso mesmo.

Esses ‘supersoldados’ contariam com decisões orientadas por inteligência artificial e devem integrar um exército de classe mundial até 2049.

O relatório ainda alerta para as consequências futuras desse suposto plano e traz estratégias para impedi-lo.

Relatório elaborado pelos EUA pede urgência na ação contra a China (Imagem: Knight00730/Shutterstock)

EUA: suposto exército de supersoldados da China combina tecnologia e segurança nacional

De acordo com o site Interesting Engineering, o relatório da Comissão de Segurança Nacional foi entregue ao Congresso dos EUA após dois anos de análise. Ele pede ação urgente a nível nacional.

O documento analisou a abordagem da China no que diz respeito à união de biotecnologia e segurança nacional. No centro dessa união, estaria um suposto desenvolvimento de um exército de classe mundial de soldados geneticamente modificados, que combinam decisões orientadas por inteligência artificial e integração no campo de batalha.

Os supersolados estariam nos planos do Exército de Liberação Popular (ELP) e poderiam ficar pronto até 2049.

Segundo o relatório, “haverá um momento ChatGPT para a biotecnologia”, se referindo ao momento que um lançamento de inteligência artificial popularizou a tecnologia e a tornou mais acessível. O documento complementa: “se a China chegar lá primeiro, talvez nunca a alcancemos”.

Documento alerta para possível dominância chinesa no setor militar, caso o plano se torne realidade (Imagem feita com inteligência Artificial via DALL-E/Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital)

Guerra por drones ficou no passado

O relatório cita uma suposta ameaça estratégica amplificada na área de defesa, que tornaria a “guerra por drones” antiquada. O exército geneticamente modificado seria o próximo passo em técnicas melhoradas de resistência, cognição e resiliência.

Tudo isso forçaria o campo militar global, incluindo chinês, a entrar em uma área até então desconhecida.

A guerra por drones parecerá antiquada, se tivermos que lidar com supersoldados do ELP geneticamente modificados, com humanos e IA fundidos.

Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Biotecnologia Emergente
Exército de robôs futuristas
Relatório apontou medidas de proteção dos EUA contra a China (Imagem: Mykola Holyutyak/Shutterstock)

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O que mais os EUA estão dizendo?

  • De acordo com o relatório, o método da China consiste em roubar propriedade intelectual, escalar a produção com subsídios vindos do Estados e controlar as cadeias de suprimentos;
  • Isso levaria a uma manipulação dos mercados de biotecnologia pelas mãos das entidades chinesas;
  • Em seguida, as empresas chinesas cresceriam de forma atípica, prejudicando a concorrência estrangeira, inclusive em áreas sensíveis, como o setor farmacêutico e de sequenciamento genômico;
  • Isso levaria outros países a tomar medidas defensivas.

Para combater esse suposto cenário, o relatório pede uma estratégia em duas partes. Primeiro, uma aceleração de inovação nos Estados Unidos, que inclui investimento federal de no mínimo US$ 15 bilhões nos próximos cinco anos.

Segundo, uma desaceleração da ascensão da China, que inclui proteger propriedade intelectual de biotecnologia contra os chineses e não reconhecer empresas chinesas no mercado.

Vale lembrar que o documento foi elaborado pelos Estados Unidos. A China não confirmou nada.

Lembrando que o governo de Donald Trump anunciou tarifas para a China e acusa Pequim de iniciar a pandemia de Covid-19 num laboratório. Ah, sem apresentar provas (claro).

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.