Bilhões de anos: rochas disputam título de ‘mais antiga do mundo’

Técnicas mais avançadas de medições possibilitaram a reavaliação da “Rocha Mais Antiga do Mundo”, em Minnesota
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 30/04/2025 03h30, atualizada em 30/04/2025 05h47
Placa atestando a suposta rocha mais antiga do mundo
Gnaisse Morton, em Minnesota, é atribuída como a "Rocha Mais Antiga do Mundo" (Imagem: Courtney Kolander/Shutterstock)
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Geólogos ainda divergem sobre a definição da rocha mais antiga dos Estados Unidos — e o debate esquentou com a divulgação de novo levantamento com os prováveis ​​candidatos ao posto no GSA Today, jornal científico da Sociedade Geológica dos EUA.

Atualmente, o Gnaisse Morton, em Minnesota (EUA), é atribuído como a “Rocha Mais Antiga do Mundo” — com placa instalada logo ao seu lado. Em 1974, cientistas avaliaram a formação como tendo 3,8 bilhões de anos, segundo IFL Science.

Rochas ajudam na compreensão da formação da Terra (Imagem: E4 PLUS/Shutterstock)

No entanto, técnicas mais avançadas de medições possibilitaram a reavaliação da rocha, que, agora, é estimada em 3,5 bilhões (na melhor das hipóteses). E para deixar a disputa ainda mais acirrada: o gnaisse de Acasta, no Canadá, foi datado em quatro bilhões de anos.

Por que datar a rocha mais antiga do planeta importa?

  • Revelar detalhes da atividade geológica das rochas é uma maneira de compreender, também, a formação da Terra;
  • A questão é se a idade é definida por quando atingiram sua forma final ou quando a versão anterior foi formada, segundo a reportagem;
  • As Colinas Jack, na Austrália Ocidental, abrigam os minerais mais antigos já conhecidos: cristais de zircônio que resfriaram a partir do magma há 4,4 bilhões de anos;
  • As rochas das quais faziam parte, no entanto, já sofreram erosão, mas os zircões foram posteriormente incorporados a outras rochas durante a atividade sedimentar;
  • Pesquisadores da Universidade do Texas em Dallas (EUA) acreditam que o Gnaisse de Morton contém zircões com idades de 3,5, 3,3 e 2,6 bilhões de anos

A mesma equipe também avaliou o Gnaisse de Watersmeet, em Michigan (EUA), composto por zircões com 3,8 bilhões de anos, bem como alguns com apenas 1,3 bilhão. Para a equipe, é o mais antigo já medido nos Estados Unidos, mas o estudo ainda depende de revisão por pares.

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Novo estudo avalia que Gnaisse Morton contém zircões com idades de 3,5, 3,3 e 2,6 bilhões de anos (Imagem: Wirestock Creators/Shutterstock)

Segredos da Terra…

Apesar de estarem na superfície, as rochas quase certamente passaram a maior parte do tempo desde sua formação dentro da Terra. Essa proteção das intempéries pode guardar diversos segredos em estruturas ainda mais antigas.

Além de Michigan e Minnesota, Wyoming (EUA) também abriga candidatos promissores para bater o recorde tão desejado: cientistas já identificaram zircões de detritos de quatro bilhões de anos no Estado, de acordo com a reportagem.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.