Prepare o bolso: Apple não vai segurar preço do iPhone por muito tempo

Apesar do tarifaço estar pausado, empresa já perdeu bilhões de dólares em valor de mercado
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 07/05/2025 15h13, atualizada em 07/05/2025 21h07
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A Apple foi uma das principais afetadas pelo tarifaço de Donald Trump, com prejuízos de US$ 350 bilhões em mercado desde o anúncio das tarifas – mesmo com as idas e vindas do republicano. Por enquanto, a empresa está arcando com os custos adicionais, mas deve começar a repassar os aumentos para seus produtos em breve. Mais especificamente, para o iPhone.

Ao mesmo tempo, a companhia está movimentando sua cadeia global de suprimentos e montagem, na esperança de neutralizar algumas das tarifas mais agressivas (principalmente para a China).

Tarifas estão em pausa, mas Apple já sentiu os prejuízos em valor de mercado (Imagem: Below the Sky/Shutterstock)

iPhone deve aumentar de preço em breve

Apesar do tarifaço de Trump ter sido pausado, o mero anúncio das tarifas fez com que a Apple tivesse prejuízos bilionários nas bolsas de valores. Por ora, o impacto é pequeno, com os resultados do trimestre sendo positivos para empresa em quase todas as divisões. O Olhar Digital detalhou os números vs. as expectativas aqui.

Segundo o Wall Street Journal, por enquanto a Apple optou por arcar com os custos adicionais impostos pelos prejuízos, mas é improvável que isso dure muito tempo. Especialmente considerando a reputação da companhia da maçã em manter suas margens de lucro bem protegidas.

Em nota após a divulgação dos resultados do segundo trimestre fiscal, o analista Srini Pajjuri, da Raymond James, previu que a empresa deve começar a aumentar os preços. E o iPhone deve ser um dos impactados.

Pessoa segurando iPhone 16 Pro mostrando a parte traseira dele
Clientes da Apple devem sentir os efeitos do tarifaço no iPhone (Imagem: vfhnb12/Shutterstock)

Como será o futuro da Apple?

A perda de ações afetou o segundo trimestre fiscal da empresa. No entanto, as tarifas em si só terão efeito a partir do terceiro trimestre, que termina em junho. Pensando nisso, a Apple já está se movimentando:

  • A companhia vem tomando medidas para compensar o impacto das tarifas. Por exemplo, uma parcela grande dos iPhones vendidos para os Estados Unidos vêm da Índia e do Vietnã;
  • No entanto, segundo o WSJ, a empresa deve ter dificuldade em se desvincular completamente da base de fabricação na China – principalmente em um momento em que planeja fazer melhorias no design e desempenho dos modelos, como corpo mais fino e tela dobrável. Ou seja, a produção fica mais complexa;
  • Já a longo prazo, a preocupação é com a cadeira de suprimentos hardware, que, no caso da Apple, vem principalmente do exterior. Porém, desafios como esse já aconteceram antes e é bem provável que a empresa tenha um plano B.

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No final das contas, a Apple continua sendo a única a arcar com o iPhone. A operadora Verizon, por exemplo, já indicou que não vai cobrir nenhum aumento no preço dos aparelhos, se for o caso. E muito provavelmente o iPhone vai aumentar.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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