Caverna que intrigou a Ciência foi palco de misterioso ritual maia

Centenas de ossos humanos foram encontrados nas profundezas da chamada Caverna de Sangue, localizada na atual Guatemala
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 10/05/2025 04h01
Caverna cronobiologia
Foi em uma caverna como esta que a ciência descobriu que o corpo humano segue seu próprio tempo — mesmo sem luz ou relógio (Imagem: Smit/Shutterstock)
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A descoberta de centenas de ossos humanos nas profundezas de uma caverna subterrânea utilizadas pelos antigos maias na Guatemala intrigou arqueólogos por anos. Os esqueletos foram localizados fragmentados e com claros sinais de ferimentos.

O local ficou conhecido como Cueva de Sangre (ou Caverna de Sangue, em português) e várias possíveis explicações foram apresentadas. Agora, pesquisadores revelaram o que realmente pode ter acontecido na época.

Caverna foi usada pelos maias entre 400 a.C. e 250 d.C.

  • Os ossos foram encontrados durante uma pesquisa no sítio arqueológico de Dos Pilas em Petén, Guatemala.
  • O local abriga diversas cavernas que foram usadas pelos maias entre 400 a.C. e 250 d.C.
  • Uma delas, no entanto, chamou a atenção.
  • Ali foram encontrados diversos ossos humanos espalhados pelo chão, muitos dos quais apresentando evidências de lesões traumáticas na época da morte.
  • As informações são do Live Science.
Crânios apresentam marcas de ferimentos (Imagem: Michele Bleuze/Universidade Estadual da Califórnia)

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Sacrifício pedia pelo fim da estação seca

Segundo os pesquisadores, os ossos fazem parte de um ritual de sacrifício realizado para o deus da chuva maia. O objetivo era pedir o fim da estação seca na região, que dificultava a vida dos antigos habitantes daqueles locais.

Uma das evidências que sustenta esta hipótese é o fato de que alguns restos humanos foram dispostos de forma não anatômica. Além disso, a presença de itens rituais, como ocre vermelho e lâminas de obsidiana, sugere que sacrifícios foram realizados ali.

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Antigos maias teriam sido os responsáveis pelo sacrifício (Imagem: Ludovic Farine/Shutterstock)

A Cueva de Sangre é acessada por uma pequena abertura e uma descida para uma passagem baixa que se abre para uma piscina de água. Tanto hoje quanto no passado, a caverna teria sido inundada durante a maior parte do ano. Isso significa que só se poderia entrar no local durante a estação seca, entre março e maio, quando deve ter sido realizado o ritual.

Análises de DNA dos ossos serão realizadas para determinar a origem destas pessoas. Os resultados podem ajudar a entender melhor sobre esta época e decifrar o que realmente aconteceu dentro da caverna.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.