Tesouro de 4 kg de ouro é achado em floresta da Tchéquia

Duas caixas foram retiradas de um monte de pedra criado artificialmente na borda nas encostas da colina Zvičina
Por Bruna Barone, editado por Ana Luiza Figueiredo 11/05/2025 17h48, atualizada em 02/06/2025 20h24
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Achado inclui quase quatro quilos de moedas de ouro (Imagem: Museu da Boêmia Oriental)
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Um tesouro de sete quilos foi encontrado por dois trilheiros que caminhavam pelas encostas da colina Zvičina, nas montanhas Krkonoše, na República Tcheca. O achado inclui quase quatro quilos de moedas de ouro, avaliadas em mais de 7,5 milhões de coroas checas.

As duas caixas foram retiradas de um monte de pedra criado artificialmente na borda de um campo extinto coberto de floresta, segundo o Museu da Boêmia Oriental, que recebeu o tesouro encontrado em fevereiro.

Uma delas era feita de alumínio e continha um total de 598 moedas de ouro divididas em 11 colunas e envoltas em tecido preto. A outra, de metal, estava a um metro de distância e armazenava 16 caixas de rapé, 10 pulseiras, uma bolsa de malha fina, um pente, um chaveiro e uma caixa de pó compacto.

“Armazenar objetos valiosos no solo na forma de tesouros, os chamados depósitos, tem sido uma prática comum desde os tempos pré-históricos. No início, motivos religiosos eram mais comuns; posteriormente, tratava-se mais frequentemente de bens armazenados em tempos incertos com a intenção de serem devolvidos posteriormente”, explica Miroslav Novák, chefe do departamento de arqueologia do museu.

Itens podem ter sido enterrados na época da Primeira Guerra Mundial (Imagem: Museu da Boêmia Oriental)

Herança da Primeira Guerra Mundial?

Na avaliação dos especialistas, a coleção não pode ser avaliada como moeda corrente comum da época em que as caixas foram enterradas, mas como um tesouro de metais preciosos acumulados ao longo de uma vida.

“O tesouro permaneceu escondido no solo por, no máximo, pouco mais de cem anos. De acordo com as datas de cunhagem, contém moedas dos anos de 1808 a 1915. Neste caso específico, porém, o ano de 1915 não é decisivo para determinar a época em que o depósito foi localizado”, afirma o numismata do museu, Vojtěch Brádle.

Isso porque algumas peças com marcas em miniatura (as chamadas contramarcas) indicam que as moedas só poderiam ter sido fornecidas após a Primeira Guerra Mundial. Após análises, ficou concluído que as moedas são francesas, turcas, belgas e austro-húngaras, além de algumas moedas da Romênia, Itália e Rússia. 

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Caixa de metal armazenava armazenava 16 caixas de rapé, 10 pulseiras e outros itens (Imagem: Museu da Boêmia Oriental)

Metais preciosos

Em entrevista à Rádio Praga Internacional, o chefe do departamento de arqueologia do Museu da Boêmia Oriental, Miroslav Novák, disse acreditar que o proprietário enterrou o tesouro em algum lugar onde pudesse encontrá-lo mais tarde.

Duas hipóteses foram levantadas para indicar o motivo que levou o tesouro a ser enterrado. Uma delas é o contexto de início da guerra, em um momento de deportação das populações tcheca e judaica; a outra é a reforma monetária dos anos 1920 naquela região.

“Claramente, não se tratava do valor nominal das moedas, se valiam 5, 10 ou 100 coroas. Não se tratava do que as moedas podiam comprar — não era isso que importava. O valor estava deliberadamente escondido por se tratar de um metal precioso”, disse Brádle à rádio.

Os demais itens ainda dependem de análise para determinar a composição exata do metal. Isso vai ajudar a definir o método apropriado para o tratamento de conservação, possibilitando a exibição das peças no museu.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.