Reasoning AI: o próximo salto da inteligência artificial

Descubra como a nova geração de IA com raciocínio está transformando decisões estratégicas nos negócios, na saúde e além
Por Marcio Aguiar, editado por Bruno Capozzi 18/05/2025 07h02, atualizada em 22/05/2025 08h33
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Nova geração de IA aposta no raciocínio lógico para decisões mais seguras e explicáveis (Imagem: sdecoret/Shuttertock)
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Estamos observando avanços impressionantes em inteligência artificial nos últimos anos. Os grandes modelos de linguagem (LLMs) trouxeram uma revolução na forma como interagimos com a tecnologia, por meio de respostas fluídas e personalização. Porém, conforme a IA entra em ambientes mais complexos, onde decisões críticas precisam ser tomadas, surge um novo conceito, a IA com capacidade de raciocínio ou Reasoning AI.

Esse avanço representa mais do que uma nova camada de sofisticação, ele redefine o propósito da inteligência artificial. Em vez de apenas prever a próxima palavra ou reconhecer padrões, a IA com capacidade de raciocínio busca compreender, realizar inferências com base em conhecimento prévio, tomar decisões baseadas em múltiplas variáveis e, principalmente, explicar o “porquê” por trás de cada ação.

Quando se trata da aplicação de IA em diagnósticos médicos, decisões jurídicas, estratégias de negócios ou interações com clientes em tempo real, o raciocínio lógico, a habilidade de conexão e a capacidade de justificar uma escolha são tão importantes quanto a precisão.

Embora o desenvolvimento de IAs com capacidade de raciocínio seja complexo e exija dados de qualidade e modelos bem estruturados, as oportunidades para essa tecnologia são diversas. Esse recurso pode possibilitar sistemas autônomos mais seguros, atendimentos automatizados inteligentes, diagnósticos médicos precisos e outras aplicações que exigem tomada de decisão mais avançada.

IA com raciocínio alia precisão e lógica em decisões críticas (Imagem: Jirsak/Shutterstock)

Recentemente a NVIDIA anunciou durante o GTC – GPU Technology Conference, a família de modelos de raciocínio Llama Nemotron para desenvolvedores e empresas criarem plataformas de agentes de IA. Além disso, a empresa apresentou a plataforma de fábrica de IA NVIDIA Blackwell, o Blackwell Ultra, para potencializar o treinamento e escalabilidade de inferências em tempo de teste, permitindo que as empresas acelerem suas aplicações, como raciocínio de IA, agentes de IA e IA física.

Outras grandes empresas de tecnologia já estão apostando nessa direção com o objetivo de criar sistemas mais confiáveis e úteis no mercado. Com isso, será possível desenvolver uma IA capaz de sugerir mudanças em uma estratégia de vendas, com base em diferentes fontes de dados, e ainda explicar por que aquela sugestão faz sentido. Ou então criar uma ferramenta de atendimento que não apenas responda às dúvidas, mas compreenda o contexto do cliente e proponha soluções mais assertivas.

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De acordo com dados da consultoria IDC, os gastos com infraestrutura de IA podem alcançar US$ 223 bilhões até 2028, com 82% desses investimentos focados em servidores implantados na nuvem e cerca de 74% direcionados a servidores acelerados. Esses números reforçam o interesse das empresas no investimento de soluções que tornem a IA cada vez mais estratégica e eficiente.

Investimentos em IA devem ultrapassar US$ 223 bilhões até 2028, com foco em nuvem e alto desempenho (Imagem: Stock-Asso/Shutterstock)

Ainda no campo dos benefícios da inteligência artificial, destacam-se a capacidade de raciocínio aplicada aos negócios, a redução de erros operacionais, a agilidade na tomada de decisões com base em dados e a oferta de experiências mais personalizadas. As empresas que souberem implementar esse tipo de tecnologia conquistarão um diferencial competitivo relevante, com maior rapidez para inovar e mais segurança para escalar suas operações.

A Reasoning AI ainda está em desenvolvimento, mas seu potencial para transformar setores inteiros já é visível e promissor. Nessa jornada, a IA com capacidade de raciocínio tem tudo para ser o cérebro por trás das decisões que moldarão o futuro dos negócios, da sociedade e da própria tecnologia.

Marcio Aguiar
Colunista

Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.