Em mais um marco para o programa espacial chinês, a empresa privada Landspace lançou com sucesso o foguete Zhuque-2E Y2. O lançamento ocorreu no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste do país, no último sábado (17).
O Zhuque-2E é um foguete de médio porte projetado para transportar cargas úteis de até 4 toneladas para órbitas baixas da Terra. Seu principal diferencial é o uso de oxigênio líquido (LOX) e metano líquido como propelentes, uma combinação considerada mais sustentável, com maior potencial de reutilização e menor impacto ambiental.
Esta versão incorpora melhorias em relação aos modelos anteriores, incluindo maior eficiência de combustível e sistemas de controle de voo mais avançados.
A missão teve como objetivo demonstrar a confiabilidade do modelo e colocar em órbita seis satélites desenvolvidos principalmente pela empresa chinesa Spacety.
A Landspace já anunciou planos para expandir sua frota de foguetes, incluindo o desenvolvimento de versões mais potentes e potencialmente reutilizáveis.

Missão chinesa gera luz no céu
Na noite de sábado (17), moradores de várias regiões dos EUA observaram uma faixa brilhante e esbranquiçada cruzando o céu, visível até o sul do Novo México. O fenômeno chamou atenção por se assemelhar a uma aurora, mas tinha uma explicação diferente.
Segundo o astrônomo Jonathan McDowell, que postou no X (antigo Twitter), a faixa luminosa era, na verdade, o rastro de combustível liberado pelo foguete chinês Zhuque-2E Y2, da empresa LandSpace. O lançamento ocorreu às 1h12 (horário de Brasília) e colocou seis satélites em órbita terrestre.
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Cerca de uma hora após o lançamento, o combustível foi liberado na atmosfera, a 250 km de altitude, criando o brilho visível em várias partes do país.
O propelente utilizado foi o methalox, uma mistura de metano e oxigênio líquido. Esse tipo de combustível tem ganhado espaço na indústria espacial por ser mais barato, limpo e viável para futuras missões a Marte.
O brilho causado por esse combustível pode ocorrer de formas distintas. Uma delas é a reflexão da luz solar por cristais de gelo na atmosfera, mas isso só acontece próximo ao anoitecer. Em casos como este, ocorrido durante a madrugada, a origem do fenômeno é química.