Medicina e Saúde

O que é a melatonina e para que ela serve?

No mundo atual, cercado por telas, luzes artificiais e ruídos constantes, a qualidade do sono tem se deteriorado cada vez mais. Com a rotina acelerada e a dificuldade para relaxar à noite, muitas pessoas têm buscado soluções rápidas e acessíveis para combater a insônia e recuperar a disposição.

Nesse cenário, suplementos vendidos sem receita médica, como a melatonina, ganharam popularidade como promessas de alívio imediato.

Embora esse hormônio natural possa realmente ajudar a regular o sono, seu uso indiscriminado pode trazer riscos importantes, especialmente quando consumido sem orientação ou em doses inadequadas.

Entender para que serve a melatonina, como ela age no organismo e quais são seus efeitos colaterais é essencial antes de colocá-la na rotina.

Imagem: Liudmila Chernetska / iStock

O que é a melatonina e para que ela serve?

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo cérebro, mais especificamente na glândula pineal, cuja principal função é regular o ciclo do sono. Sua produção aumenta à noite, quando a luminosidade do ambiente diminui, sinalizando ao organismo que é hora de dormir.

Durante o dia, quando há exposição à luz solar, a produção do hormônio é inibida, ajudando o corpo a se manter desperto. Devido a esse papel central na regulação do sono, a melatonina passou a ser utilizada como suplemento para auxiliar pessoas com insônia, jet lag, trabalho noturno e outros distúrbios do ritmo circadiano.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária permitiu a venda de melatonina sem receita médica em doses limitadas, desde que classificada como suplemento alimentar. A liberação visa facilitar o acesso de pessoas com distúrbios específicos, especialmente aqueles que envolvem dificuldades para iniciar ou manter o sono.

Imagem: Reprodução / Instagram

O uso da melatonina também tem sido estudado como parte do tratamento de alguns transtornos neurológicos e motores, como a Doença de Parkinson e a Síndrome das Pernas Inquietas. Nestes casos, ela pode ajudar a reduzir episódios de agitação durante a noite e melhorar a qualidade do sono.

Além disso, alguns estudos investigam o uso da melatonina como antioxidante e reguladora de processos inflamatórios, mas esses usos ainda não são consolidados clinicamente.

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Embora seja considerada segura para uso a curto prazo, a melatonina não está isenta de efeitos colaterais. Os mais comuns incluem sonolência durante o dia, tontura, dor de cabeça, náusea e sonhos vívidos. Em algumas pessoas, o uso desregulado da substância pode interferir na produção natural do hormônio pelo corpo, desorganizando ainda mais o ciclo do sono.

Também é importante lembrar que a melatonina pode interagir com outros medicamentos, como anticoagulantes, anticonvulsivantes e imunossupressores, o que reforça a necessidade de orientação médica.

Remédios em comprimido, cápsulas e pílulas (Reprodução: @freestocks/Unsplash)

É fundamental destacar que a melatonina não deve ser usada como solução genérica para noites mal dormidas. Antes de recorrer ao suplemento, é essencial avaliar os hábitos de sono, a alimentação, o uso de eletrônicos antes de dormir e a rotina geral do paciente.

A higiene do sono, como manter horários regulares, evitar luzes intensas à noite e reduzir o uso de telas, costuma ser a primeira medida recomendada por especialistas.

Embora disponível em farmácias sem a necessidade de receita, a melatonina não é indicada para todos. Crianças, adolescentes, gestantes, lactantes e pessoas com distúrbios hormonais ou doenças autoimunes devem evitar o uso sem recomendação médica. A dosagem correta, o horário de ingestão e a duração do uso são pontos fundamentais para garantir segurança e eficácia no tratamento.

Por isso, mesmo com sua crescente popularidade, a melatonina deve ser usada com responsabilidade. É um recurso útil em situações específicas, mas seu uso indiscriminado pode trazer mais prejuízos do que benefícios.

Esta matéria é apenas informativa e não substitui uma consulta ou diagnóstico médico. Em caso de sintomas persistentes, distúrbios do sono ou dúvidas sobre o uso da melatonina, procure orientação profissional.

*Com informações de UC Davis Health.

Quem pode tomar melatonina?

Adultos com distúrbios do sono podem usar melatonina sob orientação médica. Gestantes, lactantes, crianças e pessoas com doenças autoimunes devem evitar o uso sem avaliação profissional.

Em quais formas a melatonina está disponível?

Melatonina pode ser encontrada em comprimidos, cápsulas, gomas, gotas sublinguais e, em alguns casos, xaropes.

Esta post foi modificado pela última vez em 22 de maio de 2025 13:32

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Publicado por
João Velozo