Sensação do déjà vu é causada por “falha” no cérebro não muito desvendada

Sensação de já ter vivido algo antes pode ser resultado de falhas momentâneas de memória — e um sinal de que sua mente está funcionando bem
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Lucas Soares 25/05/2025 05h00
deja vu
Imagem: aga7ta/Shutterstock
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Aquela estranha sensação de já ter vivido uma situação nova — mesmo sabendo que é impossível — é chamada de déjà vu. Apesar de ainda ser um mistério, a ciência tem algumas explicações sobre esse fenômeno intrigante, como explica o Popular Science.

Segundo o psicólogo Akira O’Connor, da Universidade de St. Andrews, o déjà vu ocorre quando áreas do cérebro associadas à familiaridade disparam sinais incorretos, criando um conflito entre o que sentimos e o que sabemos ser real.

Essa breve “falha” é, na verdade, um sinal de que os lobos frontais — responsáveis por verificar memórias — estão funcionando bem.

Uma “falha” no cérebro

  • O fenômeno pode ser desencadeado quando o cérebro reconhece padrões espaciais parecidos com experiências passadas, mesmo que não haja uma lembrança consciente.
  • Estudos com realidade virtual mostram que cenas semelhantes, mas não idênticas, são capazes de gerar essa sensação de reconhecimento enganoso.
  • Curiosamente, pessoas com disfunções neurológicas, como demência, podem ter episódios de déjà vu com mais frequência, pois seu cérebro falha ao distinguir entre memórias reais e falsas.
Ilustração de um cérebro humano doente
Pesquisadores acreditam que a familiaridade sem lembrança concreta é fruto de um conflito cerebral (Reprodução: Naeblys/ iStock)

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Razão para ocorrer não é completamente conhecida

Embora ainda não se saiba exatamente por que o déjà vu acontece, a principal hipótese é que se trata de uma falha no processo de recuperação de memórias.

No fundo, como explica O’Connor, isso mostra que nosso cérebro está sempre tentando dar sentido ao mundo — mesmo quando ele próprio é o responsável pela confusão.

Mulher olhando para cima; há um desenho representando um cérebro na região da cabeça dela
Fenômeno é mais comum em cérebros saudáveis e revela como tentamos dar sentido a experiências novas com base em padrões reconhecíveis (Imagem: Pavlova Yuliia/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.