Advogados estão usando o ChatGPT – e isso pode ser um perigo

Casos de “alucinações jurídicas” em petições reacendem debate sobre o uso responsável da inteligência artificial na advocacia
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Lucas Soares 02/06/2025 15h57, atualizada em 03/06/2025 21h19
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Casos de advogados sendo punidos por usarem inteligência artificial para redigir petições com informações falsas têm se tornado cada vez mais frequentes, e um artigo recente do The Verge falou sobre a situação.

Em geral, o problema ocorre quando profissionais utilizam modelos de linguagem como o ChatGPT para pesquisas jurídicas ou redação, sem verificar se as citações e jurisprudências realmente existem.

Em um caso de 2024, por exemplo, a juíza Kathryn Kimball Mizelle retirou dos autos uma moção com nove “alucinações jurídicas”, apresentadas pelos advogados do jornalista Tim Burke.

Chatbots são alternativa para aliviar demandas altas de trabalho

  • Apesar dos riscos, muitos continuam recorrendo à IA, motivados pela sobrecarga de trabalho e pela promessa de eficiência.
  • Ferramentas como Westlaw e LexisNexis já integram IA em suas plataformas.
  • Um estudo da Thomson Reuters revelou que 63% dos advogados já usaram IA e 12% a utilizam regularmente, especialmente para organizar informações e economizar tempo.
Inteligência artificial
Avanço da IA no setor jurídico expõe dilemas entre produtividade, competência técnica e dever ético de verificação – Imagem: Sansert Sangsakawrat / iStock

Leia Mais:

Uso de IA por advogados precisa ser mais responsável

Especialistas como Andrew Perlman, reitor da Faculdade de Direito da Universidade Suffolk, defendem que a IA pode ser uma aliada valiosa — desde que seu uso seja criterioso.

Ele alerta que os advogados ainda devem verificar todas as informações produzidas por essas ferramentas, assim como fariam com um estagiário ou associado júnior.

Em resposta ao uso crescente da tecnologia, a Ordem dos Advogados dos EUA emitiu orientações sobre o uso responsável de IA, reforçando a necessidade de domínio técnico mínimo e atenção à confidencialidade.

A expectativa é que, no futuro, o uso competente de IA se torne não apenas comum, mas essencial na advocacia.

Uso de ferramentas como ChatGPT sem a verificação adequada leva a petições com erros e sanções (Imagem: CoreDesignKEY/iStock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.