O que fazer ao ser picado por aranha, escorpião ou cobra? Veja os primeiros-socorros

Saiba o que fazer ao ser picado por cobra, aranha ou escorpião, com orientações baseadas em fontes oficiais.
Por João Velozo, editado por Wagner Edwards 09/06/2025 06h20
imagem_2024-08-26_180028249-1920x1080.png
Cobra estirando a língua (Imagem: Agro20/Reprodução)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Ao longo da história natural do planeta, os animais desenvolveram mecanismos extremamente variados para garantir sua sobrevivência, seja na caça ou na defesa.

Em ambientes onde predadores e presas coexistem em constante disputa, características como dentes mais afiados, pernas longas para correr ou saltar mais rápido, carapaças resistentes, garras e olhos adaptados à visão noturna se tornaram estratégias evolutivas fundamentais.

Entre essas adaptações, algumas espécies desenvolveram toxinas e peçonhas altamente especializadas, capazes de paralisar, ferir ou até matar outros animais.

Quando seres humanos entram em contato acidental com essas substâncias, seja por picadas ou mordidas, o resultado pode ser grave e requer atenção médica imediata. Por isso, hoje vamos descobrir como agir em caso de picada de cobra, aranha ou escorpião.

Veja o que fazer ao ser picado por um animal peçonhento

Picadas de animais peçonhentos como cobras, escorpiões e aranhas são emergências médicas que exigem ação rápida e correta.

Víbora-da-morte com três presas é descoberta na Austrália
As víboras-da-morte se destacam pela velocidade com que atacam, mordendo e injetando veneno em menos de 0,15 segundos. (Imagem: Reprodução/Australian Reptile Park)

Esses animais possuem glândulas de veneno e são capazes de injetar toxinas no corpo humano por meio de mordidas ou ferroadas.

Os efeitos variam conforme o tipo de veneno e a sensibilidade da vítima, podendo incluir dor local, necrose, paralisia, insuficiência respiratória e até óbito. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra dezenas de milhares de acidentes com animais peçonhentos todos os anos, sendo mais comuns em áreas rurais e quentes.

Picada de cobra

A primeira coisa a fazer é manter a pessoa calma e imóvel, para evitar que o veneno se espalhe mais rapidamente pelo corpo.

coral verdadeira
Coral verdadeira, a serpente com peçonha mais perigosa do Brasil. (Imagem: Ryan M. Bolton / Shutterstock.com)

Segundo o Instituto Butantan, o ideal é manter o membro afetado na posição horizontal e não aplicar torniquetes, gelo, nem tentar sugar ou cortar o local da picada. Todas essas práticas são contraindicadas e podem piorar o quadro.

A vítima deve ser levada imediatamente ao hospital, de preferência a um centro de referência em soroterapia. Se possível, é útil identificar a cobra ou tirar uma foto dela, mas nunca tentar capturá-la.

O tratamento é feito com soro específico, como o antibotrópico ou antielapídico, dependendo da espécie. A Anvisa reforça que os soros são fornecidos gratuitamente pelo SUS em hospitais de referência.

Picada de escorpião

Em caso de picada de escorpião, é importante manter a vítima em repouso e hidratada. O Instituto Butantan orienta a não aplicar nada no local da picada, como álcool, pomadas ou gelo. Tampouco se deve cortar, sugar ou apertar o ferimento. A dor pode ser intensa, mas o uso de analgésicos só deve ser feito após avaliação médica.

Escorpião preparado para atacar (Imagem: ResearchGate/Reprodução)

Os sintomas mais graves ocorrem principalmente em crianças, podendo incluir vômitos, suor excessivo, agitação e alterações cardíacas. Em casos assim, a aplicação do soro antiescorpiônico pode ser necessária.

Crianças com sintomas sistêmicos devem ser levadas imediatamente a uma unidade hospitalar. A Fiocruz destaca que os escorpiões amarelos, como o Tityus serrulatus, são os mais perigosos e causam a maioria das hospitalizações no país.

Picada de aranha

As aranhas mais perigosas no Brasil são a armadeira, a aranha-marrom e a viúva-negra. Segundo o Butantan, a maioria das picadas é acidental, ocorrendo durante atividades como jardinagem ou ao vestir roupas.

Aranha-armadeira (Imagem: Tobias Hauke/Shutterstock)

Os primeiros sintomas podem ser dor, vermelhidão, coceira e, nos casos mais graves, necrose ou alterações neurológicas.

Em caso de picada, a orientação é lavar o local com água e sabão e manter a vítima em repouso. Não se deve aplicar pomadas caseiras, gelo ou calor. O transporte ao hospital deve ser feito com tranquilidade.

A aranha pode ser levada morta, se capturada com segurança, para ajudar na identificação. O soro antiaracnídico é reservado para os casos moderados ou graves, e deve ser administrado exclusivamente em ambiente hospitalar com acompanhamento médico.

Leia mais:

Quando procurar atendimento médico

Sempre que houver dor intensa, inchaço progressivo, alteração na coloração da pele, suor excessivo, vômitos, dificuldade para respirar ou perda de consciência, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao hospital.

Crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades são mais vulneráveis e requerem atenção ainda maior.

Segundo o próprio Instituto Butantan, a maior parte dos acidentes pode ser resolvida com atendimento médico rápido e eficaz.

A automedicação e os tratamentos caseiros devem ser evitados. O Brasil possui uma rede de centros de toxicologia e unidades de referência em tratamento com soros. Em caso de dúvida, é possível entrar em contato com o Disque Intoxicação (0800 722 6001), disponível 24 horas por dia.

Com informações do Instituto Butantan, Fiocruz, Ministério da Saúde e Anvisa.

João Velozo
Colaboração para o Olhar Digital

João Velozo é um jornalista e fotógrafo freelancer com base em Pernambuco, Brasil.

Wagner Edwards
Editor(a) SEO

Wagner Edwards é Bacharel em Jornalismo e atua como Analista de SEO e de Conteúdo no Olhar Digital. Possui experiência, também, na redação, edição e produção de textos para notícias e reportagens.