Azeite: mesmo um alimento saudável pode fazer mal em excesso; estudo detalha

Novo estudo aponta que o ácido oleico, abundante no azeite e óleos vegetais, pode estimular a formação de células de gordura quando consumido em excesso
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 09/06/2025 15h58
azeite de oliva
Imagem: kungfu01/Shutterstock
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Um novo estudo revelou que o ácido oleico – principal gordura do azeite de oliva e de outros óleos vegetais – pode, em excesso, estimular a produção de novas células de gordura, contribuindo para o acúmulo de tecido adiposo e possível ganho de peso.

Antes, esse efeito era atribuído apenas ao alto teor calórico dos alimentos ricos nesse ácido graxo. O estudo foi publicado na revista Cell Reports.

Mulher segurando azeite em mercado
Apesar de ser considerado saudável, o ácido oleico em excesso pode desequilibrar o metabolismo (Imagem: Gleb Usovich/Shutterstock)

Detalhes do estudo

  • Pesquisadores das universidades de Oklahoma, Yale e Nova York descobriram que o excesso de ácido oleico ativa a proteína AKT2 e inibe a LXR, levando à multiplicação de células precursoras que se transformam em adipócitos.
  • Esse processo natural de formação de células de gordura (adipogênese) torna-se desregulado quando há consumo elevado dessa gordura, ativando células adormecidas mesmo sem necessidade.
  • Experimentos com camundongos e células humanas mostraram que apenas o ácido oleico, entre os vários tipos de gordura testados, provocou esse efeito.
  • Como essa gordura também está presente em muitos alimentos industrializados e fast-foods, o risco de exposição excessiva é alto.
Recipiente de vidro derramando azeite de oliva em outro recipiente
Ácido oleico, estrela da dieta mediterrânea, pode estimular o crescimento de células adiposas – Imagem: DUSAN ZIDAR/Shutterstock

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Riscos em ter muitas células de gordura

Os pesquisadores alertam que o aumento no número de células de gordura tem efeito duradouro, dificultando a perda de peso futura, mesmo após emagrecimento.

No entanto, o estudo tem limitações – foi feito com animais e células isoladas, e não analisou impactos de longo prazo no metabolismo humano.

Apesar dos achados, os cientistas ressaltam que o ácido oleico, em níveis moderados, continua sendo benéfico, especialmente dentro de dietas balanceadas como a mediterrânea. A principal recomendação é a moderação e a variação no consumo de gorduras.

Azeite de oliva
Excesso do azeite de oliva pode ativar mecanismos de acúmulo de gordura e dificultar a perda de peso – Imagem: shutterstock/masa44
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.