Imagem: Sergii Sobolevskyi/Shutterstock
Um novo estudo revelou que antibióticos como a ciprofloxacina, usados amplamente contra infecções urinárias, podem desencadear efeitos inesperados no metabolismo bacteriano.
Em vez de eliminar completamente bactérias como a Escherichia coli, o medicamento pode induzir uma crise energética nas células, chamada de “estresse bioenergético”, que não só aumenta a chance de sobrevivência dos microrganismos como também acelera o desenvolvimento de resistência.
O estudo, realizado por pesquisadores do Rutgers Health, está publicado na revista Nature Communications.
Além disso, essas células sob estresse sofreram mutações mais rapidamente, atingindo resistência total ao medicamento muito antes das bactérias comuns.
Isso indica que o estresse induzido por antibióticos pode funcionar como um “campo de treinamento” para as bactérias, fortalecendo sua capacidade de adaptação.
Os pesquisadores também notaram que outros antibióticos, como gentamicina e ampicilina, também drenam ATP, sugerindo que esse efeito metabólico pode ocorrer em diferentes classes de medicamentos e em diversos tipos de bactérias, incluindo o perigoso Mycobacterium tuberculosis.
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“Ao estimular o metabolismo bacteriano, os antibióticos podem estar armando seus próprios inimigos”, disse o professor Jason Yang, coautor do estudo. “Precisamos interromper esse processo e cortar a energia das bactérias antes que elas se tornem ainda mais resistentes.”
O estudo aponta um novo caminho para lidar com a crescente ameaça da resistência antimicrobiana, que já contribui para mais de 1,2 milhão de mortes por ano no mundo.
Esta post foi modificado pela última vez em 10 de junho de 2025 07:12