Estudo: câncer pode ser detectado no sangue até três anos antes do diagnóstico

Descoberta aponta para testes genéticos que identificam sinais precoces da doença, mas especialistas alertam para desafios na aplicação clínica
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 16/06/2025 17h46
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(Imagem: Jezperklauzen/iStock)
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Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins descobriram que é possível detectar sinais de câncer na corrente sanguínea até três anos antes do diagnóstico clínico.

O estudo, publicado na revista Cancer Discovery, revelou que fragmentos genéticos liberados por tumores podem ser identificados precocemente por meio de testes avançados de sequenciamento, abrindo caminho para métodos mais eficazes de rastreamento.

Cientistas detectam sinais da doença anos antes dos sintomas, oferecendo uma janela crítica para tratamento – Imagem: Shutterstock/Kateryna Kon

Detalhes do estudo

  • A equipe analisou amostras de sangue de pacientes coletadas originalmente para estudar doenças cardiovasculares.
  • Dentre 26 pessoas que desenvolveram câncer, oito foram identificadas com sucesso por um teste de “detecção precoce de múltiplos cânceres” (MCED).
  • Quatro delas apresentaram ainda mutações genéticas associadas a tumores.

“Três anos antes é tempo suficiente para intervir”, disse Yuxuan Wang, autor principal do estudo.

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Incertezas na triagem em massa ainda pairam sobre pesquisadores – Imagem: alicancomertpay/Shutterstock

Desafios que ainda existem

Contudo, especialistas alertam para desafios práticos: como transformar um teste positivo em tratamento eficaz, quais tipos de câncer podem ser detectados com precisão e se esses testes realmente reduzem a mortalidade.

Segundo Bert Vogelstein, coautor da pesquisa, o estudo demonstra o potencial dos MCEDs, mas ainda são necessárias mais evidências antes de aplicar esse tipo de triagem em larga escala.

“Precisamos determinar o acompanhamento clínico adequado após um teste positivo para esses tipos de câncer”, disse Nickolas Papadopoulos, autor sênior do estudo e professor de oncologia do Ludwig Center.

A Organização Mundial da Saúde também destaca que intervenções amplas devem ter benefícios comprovados antes de serem implementadas na população geral.

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Estudo mostra que sinais genéticos da doença aparecem no sangue muito antes do diagnóstico convencional – Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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