Cientistas da Universidade Northwestern criaram a maior plataforma de acesso aberto que vai funcionar como um guia para acelerar o desenvolvimento de medicamentos. A chamada SOAR (Spatial transcriptOmics Analysis Resource, em inglês) também facilita o entendimento de doenças, contribuindo para indicações de possíveis tratamentos.
O recurso poderá ser usado para explorar como os genes se comportam de maneira diferente em várias partes do corpo, mostrando a comunicação das células entre si. O método é conhecido como transcriptômica espacial — e a plataforma traz uma aplicação inédita desse conceito focada na produção de fármacos.
“É muito caro e demorado levar milhares de potenciais candidatos a medicamentos para estudos pré-clínicos e ensaios clínicos”, disse o autor correspondente Yuan Luo, diretor do Instituto de Inteligência Artificial em Medicina da Universidade Northwestern. “Precisamos selecionar os candidatos certos e, em seguida, encaminhá-los para estudos posteriores. Este recurso ajudará a priorizar isso.”
Enorme banco de dados
Os pesquisadores terão acesso a 441 conjuntos de dados de transcriptômica espacial de 19 empresas diferentes de transcriptômica espacial. Isso significa mapas detalhados da atividade genética em 3.461 amostras de tecido de 13 espécies (de humanos a peixes-zebra) e 42 tipos de tecido (por exemplo, mama, pulmão, cérebro, intestino, etc.).
Na prática, os genes serão combinados com certos produtos químicos para apurar os efeitos em dinâmicas específicas — é como se o SOAR fornecesse um “GPS molecular”.
Os resultados da pesquisa que utilizou o recurso foram publicados na Science Advances. Diversas empresas farmacêuticas já estão buscando usar o SOAR em suas pesquisas, de acordo com a Universidade Northwestern.
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Aplicação prática
Um dos desafios da indústria farmacêutica é identificar a localização da atividade celular que gera determinada doença. A plataforma será essencial para examinar justamente a variabilidade e as interações das células para dar aos pesquisadores a compreensão do mecanismo que está ocorrendo.
“Se as células imunológicas estão atacando células normais em tecidos normais, isso é realmente ruim, porque pode causar doenças inflamatórias, como a doença do intestino irritável”, disse Luo. “Ou se as células imunológicas não estão atacando células cancerígenas em um microambiente tumoral, isso é realmente ruim, porque permite que o câncer cresça.”
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