Avião hipersônico militar ganhará motor mais barato nos EUA

Empresa americana Ursa Major vai atualizar modelo para tornar voos do avião supersônico Talon-A menos custosos
Por Bruna Barone, editado por Rodrigo Mozelli 17/06/2025 02h40
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Plataforma de lançamento 747 Spirit of Mojave da Stratolaunch é usada para lançar veículos Talon-A (Imagem: Divulgação/Stratolaunch)
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A empresa aeroespacial Ursa Major vai desenvolver 16 motores Hadley H13 atualizados para a Stratolaunch, responsável pelos testes com o avião hipersônico Talon-A — usado pelo Pentágono como plataforma de testes para tecnologias hipersônicas militares.

O contrato de US$ 32,9 milhões (R$ 180,70 milhões, na conversão direta) prevê a entrega dos equipamentos ao longo de vários anos, segundo o comunicado. Os motores são mais reutilizáveis ​​do que as versões anteriores e foram projetados para mais lançamentos de voo. Isso quer dizer que o custo será reduzido, o que permite recorrência maior de experimentos. 

“Este contrato apoia diretamente a infraestrutura de testes hipersônicos dos EUA e o imperativo mais amplo de acelerar programas de voo de alta velocidade que visam a segurança nacional”, disse Dan Jablonsky, CEO da Ursa Major. “Estamos focados em levar capacidade real ao campomais rápido, em escala e sem comprometer o desempenho.”

Lançamento do Talon-A2 da Stratolaunch e ignição do motor para seu primeiro voo hipersônico (Imagem: Divulgação/Stratolaunch)

Hipersônico: tecnologia imparável

  • O modelo Talon-A é um veículo hipersônico reutilizável capaz de voar a Mach 5 (ou seja, pode viajar a cinco vezes a velocidade do som);
  • Em março, a Stratolaunch conseguiu demonstrar não apenas sua velocidade hipersônica, mas, também, a complexidade de um pouso completo em pista com rápida recuperação da carga útil;
  • À época, a empresa afirmou que “está focada em expandir seus testes de voo hipersônico e garantir a sustentabilidade a longo prazo de plataformas de teste hipersônicas reutilizáveis. Esses voos concluídos demonstram o retorno dos Estados Unidos aos testes de voo hipersônico reutilizáveis ​​desde o fim do programa X-15 em 1968”;
  • Os trabalhos têm sido feitos em parceria com a Ursa Major, empresa aeroespacial e de defesa estadunidense que fornece capacidades comprovadas em voo para hipersônicos, motores de foguetes de propulsão sólida, propulsão espacial e lançamento.

Talon-A2 da Stratolaunch faz seu primeiro pouso autônomo na Base da Força Espacial de Vandenberg (Imagem: Divulgação/Stratolaunch)

A companhia utiliza técnicas avançadas de produção e arquiteturas flexíveis para construir sistemas para todos os domínios: terrestre, aéreo, marítimo e espacial — e diz estar “revitalizando a base industrial de defesa dos EUA e seus aliados”.

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Prioridade de Trump

O contrato vai ao encontro do desejo do presidente Donald Trump de tornar os Estados Unidos líder em voos supersônicos. Recentemente, o republicano revogou lei que proibia a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) de testar esse tipo de tecnologia.

Enquanto isso, o Pentágono vem testando um míssil hipersônico convencional All Up Round (AUR) para instalar a primeira unidade operacional da inovação pelo Exército, bem como ao destacamento marítimo da Marinha, segundo o Departamento de Defesa.

Plataforma de lançamento aéreo Roc transportando banco de testes Talon-A2 (Imagem: Divulgação/Stratolaunch)

“A capacidade de resposta, manobrabilidade e capacidade de sobrevivência das armas hipersônicas são inigualáveis ​​pelas capacidades de ataque tradicionais para direcionamento de precisão, especialmente em ambientes de anti acesso/negação de área”, disse o Tenente-General Robert A. Rasch, Diretor de Hipersônica, Energia Direcionada, Espaço e Aquisições Rápidas do Exército estadunidense.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.