Diversos estudos já são realizados no espaço. E muitos destes trabalhos não têm nenhuma ligação com a busca pela vida fora na Terra, por exemplo. Na verdade, os cientistas tentam descobrir como resolver problemas bastante comuns no nosso planeta.
Os principais obstáculos são os efeitos causados pela microgravidade nos corpos dos astronautas, que limitam a estadia na Estação Espacial Internacional. No entanto, este cenário desafiador também pode criar as condições perfeitas para estudar o câncer.

Desenvolvimento da doença é mais rápido no espaço
Uma missão prevista para este ano irá levar tumores cultivados em laboratórios na Terra para o espaço. A ideia é aproveitar os efeitos da microgravidade no desenvolvimento da doença para desenvolver testes de rastreamento de câncer que sejam mais rápidos e sensíveis.
Cientistas explicam que, no nosso planeta, a gravidade retarda o desenvolvimento do câncer porque as células normalmente precisam estar presas a uma superfície para funcionar e crescer. Já no espaço, os aglomerados de células cancerígenas podem se expandir em todas as direções.

Por conta disso, em vez de esperar 10 meses, tempo necessário para o desenvolvimento de um tumor na Terra, os pesquisadores podem ver os mesmos efeitos biológicos em apenas 10 dias estando no espaço. Em outras palavras, trata-se de uma economia importante de tempo.
Um cenário que também poderia beneficiar o processo de desenvolvimento de novos medicamentos. O principal obstáculo segue sendo financeiro: ainda é muito caro para a indústria farmacêutica levar os produtos para testes fora da Terra, o que pode mudar no futuro.
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Astronautas podem estar mais suscetíveis ao câncer
- Os cientistas ainda explicam que a microgravidade pode causar alternações genéticas em astronautas, favorecendo o desenvolvimento de tumores.
- As membranas celulares são sustentadas por pequenas proteínas chamadas microtúbulos e que mantêm a forma da célula rígida.
- Mas quando a força gravitacional muda, a estrutura da célula muda com ela.
- Na Terra, os fusos dos microtúbulos garantem que o cromossomo de uma célula replique a estrutura.
- Já a microgravidade distorce os microtúbulos e pode levar à divisão celular irregular, tornando o câncer mais provável.
- Uma preocupação que pode se transformar em arma para os pesquisadores.
- A ideia é tentar identificar quais genes são “desligados” na microgravidade.
- Dessa forma, poderia ser possível encontrar maneiras de ativá-los artificialmente em pacientes com câncer na Terra.
- As informações são do Space.com.