Maior vazamento da história? Bilhões de senhas do Google, Apple e Meta teriam sido roubadas

Até mesmo usuários no Brasil teriam sido impactados pelo vazamento, mas especialistas contestam a veracidade destas informações
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Ana Luiza Figueiredo 20/06/2025 08h02, atualizada em 26/06/2025 13h26
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Pesquisadores da Cybernews descobriram um enorme vazamento de dados na internet. Segundo eles, mais de 16 bilhões de e-mails e senhas de usuários de serviços do Google, Apple e Meta provavelmente foram acessados por cibercriminosos.

Estes dados podem ser usados para invasão de contas e roubo de identidade. Além disso, servem para o phishing direcionado, quando criminosos se passam por entidades confiáveis, como bancos ou empresas, para enganar as pessoas e obter informações pessoais ou financeiras.

Hacker com capuz em frente ao computador e dados representando informações sobre toda a tela na tonalidade verde
E-mails e senhas teriam sido vazados (Imagem: Adike/Shutterstock)

Após a publicação do relatório, a Cybernews atualizou a reportagem informando que os dados contêm muitas informações repetidas, antigas e recicladas de vazamentos anteriores. A empresa, inclusive, não divulgou amostras dos arquivos encontrados, o que geralmente é uma prática padrão entre pesquisadores de cibersegurança para validar este tipo de material.

Até mesmo o Brasil pode ter sido afetado pelo vazamento

De acordo com a reportagem, no entanto, ainda não está claro o nível de detalhes do vazamento, quem teve acesso, onde foi divulgado e a data relacionada aos logins. Os pesquisadores afirmam apenas que o caso é preocupante.

O alerta também não sabe precisar a quantidade de pessoas afetadas. “Não há como comparar os dados entre diferentes conjuntos de dados de modo efetivo, mas é seguro afirmar que há registros sobrepostos. Em outras palavras, é impossível dizer quantas pessoas ou contas foram realmente expostas”.

Brasil vazamento de dados
Até mesmo usuários brasileiros podem ter sido impactados pelo suposto vazamento de dados (Imagem: Aleksandar Malivuk/Shutterstock)

A equipe diz que o Brasil, provavelmente, é um dos países mais atingidos pelo vazamento. “Os conjuntos de dados descobertos pela equipe variam bastante. Por exemplo, o menor, que leva o nome de um software malicioso, continha mais de 16 milhões de registros. Já o maior, provavelmente relacionado à população de língua portuguesa, continha mais de 3,5 bilhões de registros. Em média, um conjunto de dados com credenciais expostas continha 550 milhões de registros”, explicam os pesquisadores.

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Vazamento de dados
Dados vazados podem ser usados para invasão de contas e roubo de identidade (Imagem: Ms. Li/Shutterstock)

Especialistas contestam as informações

  • A denúncia ainda aponta que os conjuntos de dados são formados por registros de infostealers, credential stuffing e vazamentos antigos reestruturados.
  • Infostealers são malwares que podem invadir computadores ou smartphones e que têm a capacidade de roubar e-mails e senhas.
  • Dependendo do nível de sofisticação do ataque, eles conseguem captar prints de tela e até o que é digitado no teclado.
  • Se uma pessoa tiver centenas ou até mil senhas salvas no navegador, o malware consegue roubar todas elas de uma única vez.
  • Já credential stuffing é um método automatizado e escalável que usa bots para testar uma grande quantidade de credenciais roubadas em sites diversos.
  • Apesar da gravidade da situação, alguns especialistas contestam as alegações.
  • Segundo Alon Gal, CTO da empresa de cibersegurança Hudson Rock, o caso provavelmente não passa de um combinado entre credenciais velhas e registros “inventados”.
  • O Google se pronunciou afirmando que o problema não decorreu de um vazamento dos servidores da empresa. Apple e Meta não comentaram.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.