Bilionário luta para manter cérebros de suas empresas (Imagem: Photo Agency/Shutterstock)
Elon Musk elevou o tom de suas investidas políticas ao ameaçar fundar um terceiro partido nos Estados Unidos, em meio à tramitação de um pacote legislativo de impostos e imigração apoiado por Donald Trump. Uma análise do Washington Post explica se esta ideia realmente pode se materializar.
Após gastar cerca de US$ 288 milhões em 2024 para impulsionar o presidente e aliados, Musk agora exige que parlamentares cumpram as promessas de corte de gastos feitas em campanha — ou deixem seus cargos.
“Todos os membros do Congresso que votaram pelo maior aumento da dívida da história devem se envergonhar!”, escreveu Musk no seu perfil do X (Twitter). “Eles perderão as primárias no ano que vem, mesmo que seja a última coisa que eu faça na Terra.”
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A incursão de Musk na política já teve tropeços: sua tentativa de eleger um juiz conservador na Suprema Corte de Wisconsin falhou, e sua imagem sofreu desgaste.
Mesmo entre apoiadores, cresce a preocupação de que ele deveria voltar a focar nos negócios — que incluem empresas como SpaceX e Tesla — e evitar embates políticos polarizadores.
Musk agora concentra fogo na campanha de reeleição do deputado Thomas Massie (Republicano-Kentucky), um opositor do pacote legislativo de Trump.
Caso siga adiante, a disputa colocará dois homens poderosos — Musk e Trump — em lados opostos, em um teste de força que pode redefinir o campo conservador.
No Congresso, no entanto, parlamentares minimizam a ameaça do magnata. “Não importa”, disse o senador Markwayne Mullin (Republicano-Oklahoma). Mas o clima de tensão persiste: dois congressistas republicanos anunciaram que não disputarão reeleição após críticas de Trump.
Aliados do presidente zombam da ideia de Musk fundar um novo partido. “Trump é o Partido Republicano agora”, afirmou Jim McLaughlin, estrategista do líder dos EUA. Para ele, a proposta do bilionário seria apenas uma ideia impulsiva, agravada por sua exposição pública e hábitos controversos.
Lançada oficialmente em junho com o nome provisório de “Partido dos Estados Unidos”, a proposta de Musk busca representar o “centro” político. Ele promete fundar o partido no dia seguinte à aprovação do polêmico pacote de gastos.
Resta saber se essa movimentação representa uma guinada estratégica ou mais uma provocação de alto custo. Como disse um ex-conselheiro de Musk, sob anonimato: “Consertar o governo é mais difícil que pousar um foguete.”
Esta post foi modificado pela última vez em 2 de julho de 2025 18:39