Puxadinho? Super IA da Meta começa a rodar em barracas

Enquanto instalações permanentes estão em construção, Meta ergue data centers em barracas para aumentar sua capacidade de computação
Pedro Spadoni15/07/2025 11h35, atualizada em 15/07/2025 12h11
Ilustração de data center colocado dentro de barraca com logomarca da Meta na parte de fora
(Imagem: Pedro Spadoni via ChatGPT/Olhar Digital)
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O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, tem, acima de tudo, pressa para desenvolver sua tecnologia de superinteligência artificial. E a big tech está tão afoita para aumentar seu poder de computação que colocou data centers em barracas enquanto constrói prédios para eles.

Pelo menos, é o que revelou a SemiAnalysis (e repercutiu a Business Insider). Isso mostra como a Meta “quer expandir rapidamente sua capacidade de IA depois de ficar para trás de concorrentes como OpenAI, xAI e Google”, observa o site TechCrunch.

“Zuckerberg não parece disposto a esperar pelos prazos típicos de construção para reduzir essa diferença”, acrescenta o site.

Meta quer aumentar capacidade de computação o mais rápido possível, nem que tenha que usar barracas para isso

“Esse projeto é sobre estética ou redundância”, aponta a SemiAnalysis. “É sobre colocar capacidade de computação em operação rapidamente.”

“De módulos pré-fabricados de energia e refrigeração a estruturas ultraleves, a velocidade é essencial, já que não há geração de energia reserva (ou seja, nenhum gerador à diesel à vista)”, acrescentou.

Data center
Projeto da Meta terá apoio do governo Trump para consolidar supremacia energética dos EUA na era da IA (Imagem: rameez126/Shutterstock)

Zuckerberg anunciou, na segunda-feira (14), que a Meta está construindo um data center de cinco gigawatts chamado Hyperion. A porta-voz Ashley Gabriel informou ao TechCrunch que ele vai ficar em Louisiana. E provavelmente terá capacidade de dois gigawatts até 2030.

O Hyperion foi inicialmente projetado como um supercluster de 2 GW, com investimento estimado em US$ 10 bilhões. Mas será expandido progressivamente até atingir 5 GW nos próximos anos. Zuckerberg comparou sua escala à da ilha de Manhattan.

Além disso, a Meta planeja lançar em 2026 o Prometheus, um supercluster de 1 GW baseado em New Albany, Ohio, que deverá tornar a Meta uma das primeiras big techs a operar um data center de IA dessa magnitude (saiba mais nesta matéria do Olhar Digital).

Leia mais:

Meta oferece até US$ 1,4 milhão por ano para atrair talentos em IA

Enquanto corre com construções de data centers (e acampamentos, aparentemente), a Meta tenta recrutar pesquisadores especializados em IA.

A big tech vem oferecendo pacotes salariais milionários para atrair engenheiros e pesquisadores da área. Em alguns casos, a remuneração total anual chega a US$ 1,4 milhão, combinando salário, bônus e ações.

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Apesar de alta remuneração ofertada, alguns profissionais relutam em mudar para a Meta (Imagem: El editorial/Shutterstock)

Ainda assim, parte dos profissionais do setor resiste. Um engenheiro, que preferiu não se identificar, contou ao The Verge que recusou uma proposta da Meta. Apesar do salário atrativo, ele disse ter ouvido relatos de jornadas exaustivas e conflitos com valores pessoais, além de condições de trabalho que poderiam comprometer o equilíbrio entre vida pessoal e carreira.

“Você é esperado para entregar praticamente tudo de si à Meta AI”, afirmou. Para ele, o dinheiro não justificava a renúncia a um ambiente saudável.

Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.