La Niña pode dar as caras ainda neste ano, segundo nova previsão

Previsão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA indica que o fenômeno climático poderia surgir a partir de outubro
Alessandro Di Lorenzo16/07/2025 08h29, atualizada em 16/07/2025 21h39
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A ocorrência do La Niña, fenômeno climático oposto ao El Niño e que consiste no resfriamento das águas do Oceano Pacífico, ainda não está totalmente descartada. Apesar de estar um pouco “atrasado”, ele ainda pode surgir nos próximos meses.

A previsão faz parte de um relatório divulgado nesta semana pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). De qualquer forma, os pesquisadores acreditam que isso só aconteceria na reta final de 2025 ou no início de 2026.

Anomalia da temperatura dos oceanos em novembro de 2007, sob influência de um La Niña (Imagem: NASA/Reprodução)

Cenário mais provável ainda é de neutralidade

  • Segundo as projeções do órgão ligado ao governo dos EUA, até outubro, o cenário mais provável (56%) ainda é de neutralidade.
  • Isso significa que as águas não iram nem esfriar, nem esquentar durante o período.
  • Já a partir de novembro, as chances de aparecimento do La Niña crescem.
  • Mesmo assim, as projeções mantêm a neutralidade como cenário mais provável até o verão de 2026 no hemisfério norte.
  • Os pesquisadores ainda afirmam que os ventos ventos alísios, um tipo de vento estável e úmido que sucede nas zonas subtropicais em baixas altitudes, devem se intensificar nos próximos meses.
  • Este cenário pode contribuir para o resfriamento do Pacífico e favorecer a ocorrência do La Niña ainda no fim deste ano, de acordo com a NOAA.

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La Niña pode causar aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil (Imagem: Daniel Tadevosyan/Shutterstock)

O que esperar do La Niña?

O La Niña se caracteriza pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, intensificando os ventos alísios e modificando a circulação atmosférica. Isso pode resultar em aumento de chuvas em certas áreas e estiagem em outras, afetando o clima de forma oposta ao El Niño (aquecimento das águas).

Além das alterações na precipitação, o fenômeno climático também influencia as temperaturas, promovendo tanto ondas de calor quanto períodos inesperados de resfriamento. O último La Niña aconteceu entre 2020 e 2023.

Sul do Brasil pode enfrentar redução das chuvas e estiagem (Imagem: Vladimir Konstantinov/Shutterstock)

No Brasil, a expectativa é que o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial tragam mais chuvas para as regiões Norte e Nordeste, elevando o risco de enchentes e de outros eventos extremos. Já o Sul enfrentará um clima mais seco, com possibilidade de geadas tardias e estiagem durante o verão.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

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