Ciência e Espaço

Novo relógio atômico consegue medir um segundo com precisão de 19 casas decimais

Pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), dos Estados Unidos, anunciaram a criação do relógio mais preciso já construído.

A nova tecnologia, que utiliza íons de alumínio resfriados a temperaturas próximas do zero absoluto, consegue medir um segundo com precisão de 19 casas decimais. Isso significa que o equipamento consegue ser 41% mais exato que o recordista anterior.

A conquista é resultado de duas décadas de pesquisa em física quântica e marca um avanço importante nas medições de tempo, fundamentais para diversas áreas da ciência e da tecnologia. O estudo foi publicado na revista Physical Review Letters e divulgado pelo portal ScienceAlert.

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O que torna essa tecnologia tão revolucionária?

  • O relógio consegue calcular um segundo com precisão de 19 dígitos, superando o modelo anterior em 41%.
  • Além da exatidão, o equipamento é 2,6 vezes mais estável que qualquer outro do mesmo tipo.
Imagem: Yaraslau Mikheyeu / iStock

Como funciona o relógio mais preciso do mundo

O relógio opera medindo as minúsculas vibrações de um íon de alumínio preso e resfriado quase ao zero absoluto, tornando possível registrar o passar do tempo com uma regularidade sem precedentes.

Para isso, os cientistas parearam esse íon com um íon de magnésio, um “companheiro” que facilita o controle por meio de laser. Esse laser, inclusive, é fornecido por um laboratório vizinho, que fica a 3,6 km de distância e tem sua própria reputação na área.

A precisão alcançada exigiu modificações minuciosas no projeto, como o engrossamento do disco de diamante que protege os íons e o reforço dos eletrodos internos com camadas de ouro, o que ajudou a estabilizar os campos elétricos responsáveis pelo “tique-taque” do relógio.

É um desafio grande e complexo, porque cada parte do design do relógio afeta o relógio.

Daniel Rodriguez Castillo, engenheiro elétrico do NIST.
A estrutura onde os átomos são mantidos no relógio mais preciso do mundo: o círculo verde destaca o íon de alumínio (invisível à câmera), cuja leitura é feita por meio do íon de magnésio (ponto mais claro da imagem), usando uma técnica avançada de espectroscopia quântica. Imagem: NIST / Divulgação

Qual é o impacto de uma medição tão precisa do tempo?

Relógios atômicos como esse não servem para medir o tempo do nosso cotidiano, como acordar ou ir ao trabalho, mas sim como referência absoluta para calibração de outros sistemas e experimentos científicos. Saber exatamente quanto tempo dura um segundo é essencial para medições em física, navegação por GPS, comunicações e até para buscar respostas sobre a origem do Universo.

Segundo a pesquisadora Willa Arthur-Dworschack, do NIST, o próximo passo será aumentar a quantidade de íons usados simultaneamente e, futuramente, até os entrelaçar quanticamente para criar relógios ainda mais precisos.

Esta post foi modificado pela última vez em 20 de julho de 2025 18:10

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Publicado por
Layse Ventura